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      BTG pode adquirir carteira de precatórios do Banco Master

      Banco de André Esteves pode entrar na negociação em operação paralela com foco nos ativos judiciais

      (Foto: BTG Pactual/Divulgação)
      Redação Brasil 247 avatar
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      247 – O Banco BTG Pactual ainda pode se tornar parte da operação de compra do Banco Master, mesmo após o anúncio feito pelo BRB (Banco de Brasília) sobre a aquisição de parte relevante dos ativos da instituição. A informação foi divulgada pelo jornal O Estado de S. Paulo, que apurou com fontes ligadas à negociação que o BTG mantém interesse específico na carteira de precatórios do Master — um tipo de ativo no qual o banco de André Esteves já atua com grande intensidade. A participação do BTG, caso se concretize, seria feita em paralelo à operação do BRB e não afetaria a transação já anunciada pelo banco estatal do Distrito Federal. A ideia, segundo apurou o Estadão, é que os dois bancos absorvam a maior parte dos ativos do Master, deixando um remanescente menor sob controle do atual dono, Daniel Vorcaro, com risco reduzido para o sistema financeiro nacional.

      De acordo com números de junho de 2023, o Banco Master possuía R$ 6,93 bilhões em precatórios federais, R$ 94,5 milhões em estaduais e R$ 58 milhões em municipais. Esses ativos, direitos creditórios oriundos de decisões judiciais contra o poder público, interessam especialmente a instituições com know-how nesse mercado, como o BTG, que lucra adquirindo esses títulos com deságio.

      O presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, teve reuniões com André Esteves e com o presidente do BRB, Paulo Henrique Costa, na manhã da segunda-feira, 31. A audiência com Esteves foi incluída na agenda do BC apenas na noite anterior, o que indica a prioridade dada à operação envolvendo o Master. Nenhum dos executivos falou com a imprensa após o encontro.

      Fontes ligadas à estruturação do negócio afirmam que o BC já se prepara para analisar oficialmente o processo. Servidores experientes, que atuaram em processos semelhantes, foram acionados. A autarquia tem até 360 dias para concluir a análise, conforme a resolução nº 108 de 2021, mas a expectativa é que o caso seja decidido em até seis meses.

      Em entrevista ao Estadão, Paulo Henrique Costa detalhou a estratégia do BRB: “O banco estatal do Distrito Federal comprou a parte do Master que apresenta sinergias com os seus negócios, como a carteira de crédito consignado, o segmento corporativo, serviços de mercado de capitais, câmbio e banco digital”. Segundo ele, cerca de R$ 23 bilhões em ativos, incluindo os precatórios, ficaram de fora do interesse do BRB.

      Para viabilizar a operação, o BRB apresentou cinco condicionantes, entre elas a aprovação pelo Banco Central e pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). Também deverão ser segregadas as operações do Voiter e do Master BI, que não fazem parte do pacote adquirido pelo banco público.

      A operação é vista internamente no BRB como uma atualização da cartilha do Proer, o programa de socorro a bancos da década de 1990. A lógica segue semelhante: unir uma instituição em dificuldades com outra saudável, diminuindo riscos para o sistema financeiro. No entanto, neste caso, sem previsão de injeção de recursos públicos por parte do BC ou do Tesouro.

      O desfecho da participação do BTG ainda depende de articulações nos bastidores, mas o desenho de uma solução compartilhada entre bancos privados e públicos indica uma tentativa de evitar danos maiores ao sistema bancário, como intervenções ou acionamento do Fundo Garantidor de Crédito. A atuação de Galípolo, Esteves e Costa, no início da semana, mostra que as negociações estão avançadas e envolvem alta prioridade institucional.

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