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      China reage com sobretaxa a alimentos dos EUA – o que deve favorecer o Brasil

      Pequim amplia tarifas sobre produtos agrícolas americanos, abrindo espaço para exportadores brasileiros

      Carga de soja do Brasil com destino à China (Foto: Paulo Whitaker / Reuters)
      Redação Brasil 247 avatar
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      247 – A China anunciou nesta terça-feira (4) a imposição de novas tarifas sobre importações de produtos agrícolas e alimentícios dos Estados Unidos, em resposta às medidas adotadas pelo governo de Donald Trump. Pequim aplicará sobretaxas adicionais de 10% a 15% sobre itens como soja, milho, trigo, algodão, carne bovina e suína, além de produtos aquáticos, frutas, vegetais e laticínios. A decisão abre caminho para que outros países ampliem sua participação no mercado chinês – entre eles, o Brasil, um dos principais concorrentes dos EUA na exportação de grãos e proteínas.

      A retaliação chinesa ocorre após Trump anunciar, na noite de segunda-feira (3), que dobraria as tarifas sobre produtos chineses de 10% para 20%, além de impor uma taxa de 25% sobre todas as importações do Canadá e do México. Durante entrevista na Casa Branca, o presidente americano descartou qualquer possibilidade de negociação. "As tarifas, vocês sabem, estão todas definidas. Elas entram em vigor amanhã", afirmou.

      Washington justifica as medidas como uma resposta ao que considera a falta de ação da China no combate ao fluxo de drogas, acusando Pequim de permitir a exportação de insumos utilizados na produção de fentanil, um opioide sintético altamente viciante. O governo chinês nega qualquer irregularidade e classifica as sanções como injustificadas.

      Em comunicado oficial, o Ministério do Comércio da China criticou duramente as novas tarifas dos EUA, afirmando que elas "violam seriamente as regras da Organização Mundial do Comércio e minam a base para a cooperação econômica e comercial entre os dois países". O órgão também reiterou que "a China protegerá firmemente seus direitos e interesses legítimos". Além da sobretaxa, Pequim impôs restrições a 25 empresas americanas, limitando suas operações de exportação e investimentos no país.

      Oportunidade para o Brasil

      Com a escalada da guerra comercial entre as duas maiores economias do mundo, o Brasil pode se beneficiar do espaço deixado pelos Estados Unidos no mercado chinês. O país já é um dos principais fornecedores de soja, milho e carnes para Pequim, e um agravamento das tensões entre Washington e Pequim pode impulsionar ainda mais as exportações brasileiras.

      Desde 2018, quando começaram as disputas tarifárias entre os EUA e a China, o Brasil ampliou sua participação no fornecimento de soja para o gigante asiático, tornando-se o maior exportador global do grão. A tendência pode se repetir para outros produtos agrícolas, especialmente se as restrições impostas a Washington forem mantidas.

      As novas tarifas impostas por Pequim também tiveram impacto imediato nas bolsas asiáticas, que registraram quedas acentuadas na manhã desta terça-feira. Analistas alertam que o prolongamento da disputa pode gerar efeitos significativos na economia global, alterando fluxos de comércio e beneficiando países que tenham capacidade de suprir a demanda chinesa – caso do Brasil.

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