Dólar abre em alta no Brasil e bolsas globais desabam com guerra comercial de Trump
No Brasil, o dólar abriu em alta de 0,82%, cotado a R$ 5,8859 na venda
247 - Os mercados financeiros ao redor do mundo amanhecem em forte queda nesta segunda-feira (7), refletindo o agravamento das tensões comerciais entre Estados Unidos e China. A escalada começou na última sexta-feira (4), quando Pequim anunciou medidas retaliatórias às tarifas impostas por Washington. O movimento acentuou o pessimismo dos investidores e desencadeou uma onda global de aversão ao risco. As informações são da CNN Brasil.
No Brasil, o dólar abriu em alta de 0,82%, cotado a R$ 5,8859 na venda. Os contratos de juros futuros também avançaram, acompanhando o nervosismo nos mercados internacionais. Já a B3, bolsa de valores brasileira, ainda não havia iniciado o pregão até a publicação desta matéria — a abertura está prevista para as 10h, no horário de Brasília.
Nos Estados Unidos, os contratos futuros dos principais índices operavam com quedas expressivas: o S&P 500 recuava 1,97%, o Nasdaq 100 caía 2,15% e o Dow Jones perdia 2,02%. O índice de referência S&P 500 já acumula desvalorização superior a 20% em relação ao pico recente, o que configura entrada técnica em “bear market” (mercado baixista).
Desde que Donald Trump anunciou novas tarifas contra a China, o S&P 500 desabou 10,5% em apenas duas sessões, eliminando aproximadamente US$ 5 trilhões em valor de mercado — a pior sequência desde março de 2020, no início da pandemia da Covid-19.
Trump endurece o discurso - Em entrevista concedida no domingo (6), o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou que não pretende negociar com a China antes de resolver o déficit comercial norte-americano. “Os investidores devem suportar as consequências das minhas ações”, declarou Trump, reforçando sua disposição de manter a linha dura.
A declaração, segundo a reportagem, afastou qualquer expectativa de distensão no curto prazo e contribuiu para a aversão generalizada nos mercados. “Havia alguma esperança no fim de semana de que talvez pudéssemos ver o início de uma negociação, mas as mensagens que vimos até agora sugerem que o presidente Trump está confortável com a reação do mercado”, afirmou Richard Flax, diretor de investimentos da gestora Moneyfarm.
Europa e Ásia afundam - O cenário também é de forte queda na Europa e na Ásia. O índice europeu STOXX 600 recuava 4,2%, atingindo 475,15 pontos e acumulando sua quarta sessão consecutiva de baixa. O indicador caminha para o maior tombo percentual diário desde o auge da crise sanitária global. O mercado europeu ainda avalia a adoção de contramedidas, que podem atingir até US$ 28 bilhões em importações americanas.
Na Ásia, o índice Hang Seng, de Hong Kong, caiu 13,22% — a maior perda diária desde 1997. O recuo foi liderado por ações de empresas de tecnologia, bancos, varejistas online e companhias de energia solar. Já o CSI300, da China continental, fechou com queda de 7,05%, mesmo após a atuação da Central Huijin, braço estatal de estabilização de mercado, que reforçou suas posições em empresas locais.
Petróleo e criptomoedas desabam - A tensão comercial também pressionou o mercado de petróleo. Os contratos do tipo Brent recuavam US$ 1,74 (–2,65%), cotados a US$ 63,84, enquanto o WTI caía US$ 1,64 (–2,65%), a US$ 60,35. Ambas as referências operam no menor patamar desde abril de 2021. Na sexta-feira, o Brent já havia despencado 7%, após o anúncio das novas tarifas chinesas.
As criptomoedas não escaparam da turbulência. O Bitcoin (BTC) desvalorizava mais de 7% e era negociado a US$ 76.712, abaixo do patamar dos US$ 80 mil alcançado após a eleição de Donald Trump para seu segundo mandato presidencial em 2025.
O Ethereum (ETH) e a Solana (SOL) recuavam quase 10%, enquanto o XRP caía quase 7%, segundo dados da plataforma Binance. Os preços de negociação eram os seguintes: ETH a US$ 1.618, SOL a US$ 107,91 e XRP a US$ 1,99.
Pequim no radar - Sem qualquer sinal de flexibilização por parte da Casa Branca, os olhares do mercado se voltam agora para o governo chinês. A expectativa é de que Pequim anuncie medidas de estímulo à economia doméstica e de suporte a seus exportadores, para atenuar os impactos da guerra tarifária.
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