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      Dólar avança e bate R$ 5,90 em meio à guerra comercial de Trump

      Em meio ao tarifaço de Trump, investidores aumentam apostas em recessão global

      Notas de dólar (Foto: Luisa Gonzalez / Reuters)
      Otávio Rosso avatar
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      247 - As perdas nos mercados globais seguem intensas nesta segunda-feira (7), reflexo do crescente pânico dos investidores após a intensificação da guerra comercial entre Estados Unidos e China. A tensão escalou na última sexta-feira (4),  quando Pequim anunciou retaliações às tarifas impostas por Washington, acentuando a incerteza sobre as perspectivas econômicas globais. As informações são da CNN Brasil.

      No Brasil, o mercado financeiro sente o impacto imediato. O dólar abriu o dia em alta, sendo cotado a R$ 5,88 na venda, e, por volta das 10h28, subia 1%, atingindo R$ 5,90. A Bolsa de Valores de São Paulo (Ibovespa) começou com leve recuo, mas as perdas se aprofundaram, com o índice recuando 1,9%, a 124.844 pontos, no mesmo horário. Este cenário reflete uma tendência observada em Wall Street, onde os futuros dos principais índices indicavam uma queda acentuada.

      O futuro do S&P 500, principal referência dos Estados Unidos, registrava uma queda de mais de 20% em relação ao seu pico, o que indica que o índice pode estar entrando em um "bear market", ou mercado em queda. Essa situação se agrava após declarações de Donald Trump, que afirmou no último domingo, 6 de abril, que os investidores deveriam estar preparados para enfrentar as consequências de suas ações. "Até que o déficit comercial dos Estados Unidos seja resolvido, não haverá negociações com a China", afirmou Trump, gerando ainda mais incertezas sobre o futuro imediato da economia global.

      A reação dos investidores tem sido intensa. Nas últimas duas sessões, o S&P 500 perdeu 10,5%, apagando quase US$ 5 trilhões em valor de mercado, marcando a maior queda em dois dias desde março de 2020. Os índices futuros em Wall Street estavam em forte baixa nesta manhã, com o futuro do Nasdaq 100 caindo 2,15% e o Dow Jones recuando 2,02%.

      Na Europa, a situação não é diferente. O índice STOXX 600, que reúne as principais ações do continente, caiu 4,2%, seu nível mais baixo em 16 meses. "Havia alguma esperança no fim de semana de que talvez pudéssemos ver o início de uma negociação, mas as mensagens que vimos até agora sugerem que o presidente Trump está confortável com a reação do mercado e que ele vai continuar nesse curso", comentou Richard Flax, diretor de investimentos da Moneyfarm, em entrevista ao Financial Times. O temor de uma recessão está se espalhando, enquanto a União Europeia avalia medidas retaliatórias contra os Estados Unidos, como tarifas sobre importações americanas que podem atingir até US$ 28 bilhões.

      Na Ásia, a situação é igualmente alarmante. O índice Hang Seng, de Hong Kong, registrou a maior queda desde 1997, despencando 13,22%. Empresas de tecnologia, energia solar, bancos e varejistas online foram os setores mais impactados. Já o índice CSI300, que reúne as principais ações da China, fechou em queda de 7,05%, mesmo com a intervenção de investidores estatais para tentar estabilizar o mercado.

      O petróleo também sente os efeitos dessa instabilidade. Os preços do barril de Brent e WTI caíam cerca de 3% nesta manhã, atingindo os menores níveis desde abril de 2021. A escalada da guerra comercial entre os EUA e a China aumentou os temores de uma recessão, o que pode reduzir a demanda global por petróleo. Na sexta-feira, o Brent e o WTI já haviam caído 7%, com perdas significativas na semana anterior, quando as duas referências de petróleo perderam 10,9% e 10,6%, respectivamente.

      O impacto também se reflete nas criptomoedas. O Bitcoin viu uma queda de mais de 7%, sendo cotado a US$ 76.712, o que representa uma perda significativa desde o auge de US$ 80 mil registrado após a eleição de Trump. Outras criptomoedas também sofreram quedas expressivas: o Ethereum perdeu quase 10%, enquanto o Solana registrou queda similar, e o Ripple caiu cerca de 7%.

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