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      Governo vê "alívio" diante de tarifas de Trump, mas deve preparar resposta com base na reciprocidade

      Ministros do governo Lula consideram que país escapou de tarifa mais dura, mas defendem taxação de produtos dos EUA em áreas como audiovisual e tecnologia

      Presidente Donald Trump na Casa Branca (Foto: REUTERS/Evelyn Hockstein)
      Paulo Emilio avatar
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      247 - Ministros da área econômica e do núcleo político do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva avaliam que o Brasil saiu relativamente bem do novo pacote tarifário imposto pelos Estados Unidos. A análise leva em consideração que praticamente nenhuma nação que mantém relações comerciais com os EUA escapou das sobretaxas adotadas pelo presidente Donald Trump, reeleito para um segundo mandato em 2025. Apesar disso, segundo a coluna da jornalista Mônica Bergamo, da Folha de S. Paulo, uma ala defende que o Brasil adote o princípio da reciprocidade e também taxe produtos exportados pelos EUA.

      As tarifas estabelecidas pelo governo Trump atingiram em cheio parceiros comerciais estratégicos como a China, que foi alvo de um aumento de 34% sobre seus produtos, e até mesmo aliados históricos como Israel, que sofreu com uma tarifa de 17%. No caso brasileiro, o percentual definido por Trump foi de 10%, considerado “mais brando” por interlocutores do Planalto.

      “Como todos foram atingidos, quem levou uma pancada mais leve acabou ficando bem em comparação com outras nações”, afirmou, em caráter reservado, um dos ministros envolvidos na avaliação da medida.

      Outro integrante da equipe presidencial destacou que, ainda que injusta, a medida foi menos agressiva do que o inicialmente temido. Para esse auxiliar, o Brasil sequer deveria ter sido incluído no pacote tarifário, já que os EUA têm superávit na balança comercial bilateral.

      Além disso, um ponto considerado positivo pelo governo foi o fato de que a tarifa de 10% foi aplicada de forma generalizada a quase todos os países da América do Sul, o que evita prejuízos de competitividade dos produtos brasileiros frente aos de seus vizinhos.

      Exceções foram feitas apenas à Venezuela, que teve tarifa de 15%, e à Guiana, penalizada com 38%. Nem mesmo a Argentina, cujo presidente de extrema direita, Javier Milei, tem se esforçado para demonstrar alinhamento com Trump, recebeu tratamento diferenciado.

      Nos bastidores, o sentimento foi de “alívio”. Havia o temor de que o Brasil fosse alvo de uma tarifa mais pesada, de até 20%. Ainda assim, o governo não pretende deixar a medida norte-americana sem resposta. De acordo com um dos ministros ouvidos pela coluna, a política de reciprocidade deverá ser adotada. “Não é possível simplesmente não responder à medida de Trump”, disse. 

      O Palácio do Planalto já discute formas de reação, com base em uma proposta aprovada pelo Congresso Nacional que autoriza o país a retaliar nações ou blocos que imponham barreiras comerciais ao Brasil. Entre as alternativas em análise estão a imposição de tarifas sobre produtos e serviços norte-americanos nas áreas de tecnologia, direitos autorais e audiovisual.

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