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    Indústrias siderúrgicas brasileiras pedem tarifa de 25% sobre aço chinês após taxação de Trump

    Setor alega que subsídios chineses enfraquecem a competitividade e defende medidas de proteção contra importações

    (Foto: Reuters / Damir Sagolj)
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    247 - Representantes da indústria siderúrgica brasileira pedem ao governo federal a imposição de uma tarifa de 25% sobre as importações de aço da China, como resposta à alta das tarifas aplicadas pelo presidente estadunidense Donald Trump. A medida visa proteger a produção local, que pode perder competitividade diante do novo cenário internacional, em que o aço chinês tem se tornado uma ameaça crescente para os produtores brasileiros.

    A solicitação dos industriais será discutida em um encontro com o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Geraldo Alckmin (PSB), ainda neste mês. Segundo os representantes da indústria ouvidos pela CNN Brasil, a China teria adotado práticas semelhantes ao "dumping", uma vez que o governo chinês subsidiou a produção de aço, como uma forma de manter empregos em meio à desaceleração da construção civil no país.

    Com a demanda interna enfraquecida, a China passou a exportar aço a preços subsidiados extremamente baixos, o que, em alguns casos, faz com que o produto seja oferecido a valores abaixo do custo de produção no Brasil. Isso resultou em um aumento expressivo nas importações de aço chinês, com valores que saltaram de menos de US$ 100 milhões no início dos anos 2000 para mais de US$ 2 bilhões em 2022.

    Apesar de um sistema de cotas de importação ter sido adotado no ano passado para tentar equilibrar a competitividade, os industriais argumentam que as cotas não são suficientes para resolver o problema diante do novo cenário.

    Porém, a alegação das indústrias brasileiras é refutada por representantes do comércio chinês. Charles Tang, presidente da Câmara de Comércio e Indústria Brasil-China, afirmou que os subsídios à indústria de aço chinesa já não existem há anos. Para ele, a tributação adicional ao aço chinês só prejudicaria os consumidores brasileiros, já que a medida encareceria os produtos manufaturados no país e aumentaria a inflação. Tang ressaltou que a baixa do preço do aço chinês no mercado mundial se deve à tecnologia avançada e aos custos operacionais mais baixos da China, e não aos subsídios governamentais.

    Ainda segundo ele, o "custo Brasil" é o principal fator que impacta a competitividade da indústria brasileira, apontando para altos impostos e problemas logísticos que dificultam a produção nacional. "A indústria brasileira é eficiente até chegar na porteira, onde enfrenta a cascata de impostos, falta de logística eficiente, entre outros [problemas] que alimentam o custo Brasil", ressaltou Tang, de acordo com a reportagem.

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