Lula volta a defender exploração de petróleo na Margem Equatorial: ‘a gente não pode prescindir desta riqueza’

247 - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva reafirmou nesta sexta-feira (14), em entrevista à Rádio Clube do Pará, seu posicionamento favorável à exploração de petróleo na Margem Equatorial, enfatizando a importância dessa iniciativa para o desenvolvimento econômico do Brasil. Lula destacou a necessidade de equilibrar as preocupações ambientais com os interesses econômicos do país.

"A gente tem que fazer uma mediação entre os contra e entre os a favor e começar a pensar nas necessidades do Brasil. Isso é bom ou ruim para o Brasil? Bom ou ruim para a economia do Brasil?", questionou o presidente. Ele ressaltou seu desejo de que, no futuro, a humanidade não dependa mais de combustíveis fósseis, mas reconheceu que, atualmente, o país não pode abrir mão dessa riqueza.

“Esse é um sonho que carrego na vida. Um dia a humanidade não vai precisar mais de combustível fóssil porque a gente já encontrou outras formas de produção de energia que vão eliminar o combustível fóssil. E o Brasil é um país privilegiado, porque só de energia elétrica limpa somos o país com mais energia elétrica limpa no mundo. 87% da nossa energia é limpa. Se você pegar todo o composto de energia, o Brasil tem 50% de energia limpa e o resto do mundo tem 15%. Então nesse aspecto ninguém vai dar lição para o Brasil”

A Margem Equatorial, localizada a aproximadamente 575 km da foz do Rio Amazonas, é considerada uma área estratégica para a exploração de petróleo. Entretanto, a iniciativa enfrenta resistência de órgãos ambientais, como o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), que anteriormente negou licenças para perfuração na região devido a preocupações com possíveis impactos ambientais.

Lula enfatizou a responsabilidade do governo em garantir que a exploração seja conduzida de maneira segura e sustentável. "Temos que agir com muita responsabilidade. Não quero que a exploração de petróleo venha a causar qualquer dano no meio ambiente. Por isso a gente leva muito a sério uma discussão para que a Petrobras cumpra todos os requisitos ambientais", afirmou.

O presidente também mencionou a atuação de países vizinhos na exploração de petróleo na mesma região. "O Suriname está fazendo a 50km da gente, a Guiana está fazendo muito próximo da gente e a gente não pode prescindir. É essa riqueza, se ela existir, que vai ajudar a gente a fazer a transição energética, que vai fazer a gente ter dinheiro para cuidar da nossa floresta, manter a nossa floresta em pé. Nós temos um compromisso de que até 2030 a gente vai ter desmatamento zero no Brasil. É um compromisso que eu assumi. E nós vamos explorar esse petróleo, vamos fazer pesquisa”, disse Lula.

A exploração na Margem Equatorial é vista pelo governo como uma oportunidade para financiar a transição energética e fortalecer a economia nacional. O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, afirmou que o Ibama deve emitir ainda este ano a licença ambiental para a exploração de petróleo na região. “O governo quer, o ministro Rui Costa está trabalhando muito, a gente quer mostrar para o Ibama, para a companheira Marina, para os especialistas que é plenamente possível fazer a prospecção de petróleo”, acrescentou Lula.

O presidente destacou a competência da Petrobras na condução de operações em águas profundas e reafirmou o compromisso com a preservação ambiental. "A nossa Petrobras é uma empresa de maior competência tecnológica para explorar petróleo em águas profundas", elogiou. Ele também ressaltou a importância de utilizar os recursos provenientes da exploração para investimentos em áreas como educação, saúde e ciência e tecnologia.

A discussão sobre a exploração de petróleo na Margem Equatorial ocorre em um momento em que o Brasil busca equilibrar o desenvolvimento econômico com a preservação ambiental, visando garantir um futuro sustentável para as próximas gerações.