Pesquisa Quaest, associada ao mercado, ataca Haddad após pacote do IR
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247 - Uma pesquisa realizada pela Genial/Quaest e divulgada nesta quarta-feira (19) revela um quadro de insatisfação do mercado financeiro em relação ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Segundo o levantamento, que consultou gestores, economistas, analistas e tomadores de decisão de 106 fundos de investimento do eixo Rio-São Paulo, a gestão de Lula é avaliada negativamente por 88% dos entrevistados, informa o g1.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), também enfrenta um cenário desafiador, com sua avaliação negativa crescendo de 24% em dezembro de 2024 para 58% no novo levantamento. Por outro lado, Gabriel Galípolo, presidente do Banco Central desde outubro de 2024, recebeu um saldo mais positivo, com 45% de aprovação.
Descontentamento com o governo Lula - De acordo com os dados da pesquisa, 88% dos entrevistados avaliam o governo Lula de forma negativa, enquanto apenas 4% consideram a gestão positiva e 8% a classificam como regular. Os principais motivos apontados para essa percepção incluem a alta nos preços dos alimentos (64%), equívocos na política econômica (56%), aumento dos impostos (41%) e a violência urbana (36%).
Em contrapartida, fatores como enfrentamento ao agronegócio (79%), não entrega de promessas de campanha (60%) e erros de comunicação (56%) foram considerados pouco relevantes para a desaprovação.
Haddad perde aprovação no mercado - O desempenho de Fernando Haddad foi alvo de mudança drástica na percepção dos agentes financeiros. Enquanto em dezembro do ano passado sua avaliação positiva era de 41%, agora caiu para apenas 10%. No sentido inverso, a desaprovação subiu de 24% para 58%.
Além disso, 85% dos entrevistados acreditam que a influência de Haddad dentro do governo Lula está menor, enquanto apenas 1% considera que sua força aumentou.
Galípolo agrada ao mercado - Diferentemente de Lula e Haddad, Gabriel Galípolo tem sido visto de maneira mais positiva. A pesquisa revela que 45% dos entrevistados aprovam sua gestão à frente do Banco Central, enquanto 41% a consideram regular e apenas 8% a desaprovam.
Sobre suas decisões, 38% acreditam que são "técnicas" e 5% as veem como "políticas", enquanto uma parcela significativa (57%) considera que ainda é muito cedo para avaliá-lo.
Quanto à comparação com seu antecessor, Roberto Campos Neto, 49% dizem que a gestão de Galípolo é "igual", 20% a veem como "melhor" e apenas 3% a consideram "pior".
Perspectivas e preocupações do mercado - A pesquisa também aponta que 93% dos entrevistados acreditam que a política econômica do país segue na direção errada. Questionados sobre quem seria o principal responsável, 92% apontaram Lula, 5% citaram Haddad, 2% mencionaram o Congresso e apenas 1% responsabilizou o Banco Central.
As projeções para a economia também são pessimistas: 83% acreditam que a situação econômica do Brasil vai piorar nos próximos 12 meses, enquanto 13% apostam em estabilidade e 4% veem possibilidade de melhora.
Inflação, Selic e risco de recessão - Entre os entrevistados, 82% esperam que a inflação encerre o ano em patamar superior ao de 2024, enquanto 16% acreditam que se manterá no mesmo nível e apenas 2% projetam queda.
No que diz respeito à taxa básica de juros (Selic), 87% dos agentes financeiros apostam que o Comitê de Política Monetária (Copom) aumentará a taxa em 1 ponto percentual na próxima reunião. Apenas 2% acreditam na manutenção da taxa em 13,25%.
Quanto à possibilidade de recessão, 58% dos entrevistados enxergam risco de que o Brasil entre nesse cenário, enquanto 42% discordam dessa avaliação.
Lula e a eleição de 2026 - A pesquisa também abordou a percepção do mercado sobre as eleições presidenciais de 2026. Para 60% dos entrevistados, Lula será candidato à reeleição, percentual menor do que os 70% registrados na pesquisa anterior. Outros 29% acreditam que ele não disputará o pleito, enquanto 11% não souberam responder.
Ainda segundo o levantamento, 66% dos agentes financeiros não enxergam Lula como favorito na disputa, enquanto 27% o consideram com boas chances de vencer. Outros 7% preferiram não opinar.
Tarcísio de Freitas - Agentes do setor veem o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), como o expoente da extrema direita com maior chance de vencer as eleições presidenciais em 2026.
De acordo com os dados, 93% dos executivos acreditam que Tarcísio levaria o Palácio do Planalto numa disputa direta contra um candidato do campo progressista.
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