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    "Não estamos falando de taxar blusinhas, estamos falando de preservar empregos", diz Arthur Lira

    Presidente da Câmara afirmou que produtos nacionais sofrem desvantagem competitiva em relação aos importados

    Arthur Lira (Foto: Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados)

    247 – O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), manifestou nesta terça-feira (4) sua esperança de que o projeto de lei discutido no Senado não sofra alterações significativas. O relator do texto no Senado, Rodrigo Cunha (Podemos-AL), optou por excluir a taxação de compras de até US$ 50, uma decisão que Lira receia que possa comprometer a aprovação do projeto. "Quando você se refere a ‘taxar blusinhas’, não estamos falando disso, estamos falando de empregos", afirmou Lira.

    Arthur Lira destacou um ponto crítico na política tributária do Brasil: a desvantagem competitiva dos produtos nacionais frente aos importados. Segundo ele, a carga tributária sobre os produtos brasileiros é consideravelmente maior, o que afeta negativamente a competitividade da indústria local. Lira enfatizou que a aprovação do texto original da Câmara é essencial para manter a sanção presidencial e assegurar uma regulamentação justa e equitativa.

    O projeto em discussão visa corrigir a disparidade tributária entre produtos nacionais e importados, promovendo uma regulamentação que Lira considera crucial para a manutenção da indústria varejista e dos empregos no Brasil. Ele rejeitou as críticas de protecionismo, esclarecendo que a intenção é apenas nivelar o campo de jogo, garantindo que os produtos nacionais não sejam injustamente prejudicados.

    A Posição do Governo e do Senado

    Arthur Lira evitou criticar diretamente o Senado, sugerindo que eventuais falhas na articulação política sejam direcionadas aos líderes e ao relator da casa legislativa. Ele mencionou conversas com ministros do governo, incluindo Fernando Haddad, que negou qualquer acordo sobre a proposta de taxação de 20%. Lira demonstrou paciência quanto ao desfecho, mas alertou para o risco de rejeição do texto pela Câmara caso ele retorne alterado.

    Privatização de Praias

    Além da questão tributária, Lira abordou a polêmica sobre a privatização de praias, desmentindo que a proposta legislativa ameace as áreas costeiras. Ele explicou que a medida visa regularizar terrenos de marinha, garantindo segurança jurídica para moradores de cidades inteiras construídas sobre essas áreas. A proposta foi aprovada com amplo apoio na Câmara em 2022, com 400 votos favoráveis.

    O Apelo das Entidades Empresariais

    Entidades empresariais como a Confederação Nacional da Indústria (CNI), a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) e a Confederação Nacional da Agricultura (CNA) emitiram uma nota defendendo a taxação nas compras de até US$ 50. Elas argumentam que a manutenção da isenção tributária perpetua uma injusta discriminação contra os produtos nacionais e leva a indústria, o comércio e o agronegócio a perderem aproximadamente 226 mil empregos.

    Essas entidades, junto com várias centrais sindicais, apelam ao Senado para manter o texto aprovado pela Câmara, que estabelece uma taxa de 20% sobre o valor dos produtos importados. Embora considerem a alíquota insuficiente, veem a aprovação como um primeiro passo importante em direção à isonomia tributária.

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