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    “Ataque a bomba em Brasília será usado como espantalho para regular as redes sociais”, diz Rui Costa Pimenta

    Presidente do PCO vê atentado como tentativa de impulsionar controle sobre plataformas digitais

    Rui Costa Pimenta do PCO. (Foto: Brasil 247)

    247 – Em entrevista à TV 247, o presidente do Partido da Causa Operária (PCO), Rui Costa Pimenta, fez uma análise contundente sobre os desdobramentos políticos do atentado ocorrido recentemente na Praça dos Três Poderes, em Brasília. O episódio, que envolveu a explosão de uma bomba que matou o próprio detonador, Francisco Wanderley Luiz, está sendo, segundo Pimenta, usado como um “espantalho” para justificar a implementação de uma regulação mais rígida sobre as redes sociais. "Estão usando o caso como espantalho para retomar a regulação das redes sociais", afirmou ele durante a entrevista.

    O cenário, conforme Pimenta, não se limita à simples responsabilização de plataformas digitais, mas reflete uma tendência de endurecimento político e jurídico que, segundo ele, favorece a polarização entre o Partido dos Trabalhadores (PT) e o bolsonarismo. “Para os bolsonaristas, o que existe é uma ditadura”, disse, ressaltando o sentimento de perseguição que tem alimentado o discurso da extrema direita.

    A explosão, ocorrida na quarta-feira (13), está sendo apontada por especialistas e figuras políticas como um ponto de inflexão para a regulamentação das redes. Com o julgamento do artigo 19 do Marco Civil da Internet pelo Supremo Tribunal Federal (STF) previsto para o próximo dia 27, a questão de como a internet deve ser controlada e moderada volta ao centro do debate. Esse artigo, que impede a responsabilização civil de plataformas por conteúdos de terceiros sem ordem judicial, tem sido defendido como essencial para a liberdade de expressão, mas é também visto como um entrave à moderação eficaz de conteúdos extremistas.

    “A mídia tradicional, que agora defende a regulação, foi a mesma que apoiou operações como a Lava Jato, que eu considero uma operação criminosa”, destacou Pimenta, criticando o que vê como hipocrisia e interesses ocultos na cobertura midiática. Para ele, a anulação do artigo 19 ou a imposição de medidas mais rigorosas trará consequências profundas para a liberdade digital no Brasil.

    A radicalização no Brasil e o uso político do atentado

    Rui Costa Pimenta também abordou o papel da mídia e do discurso político na construção do atual clima de radicalização no país. Segundo ele, figuras como Francisco Wanderley Luiz, rotulado como um “maluco”, são usadas para desviar o foco dos debates principais e minar iniciativas de anistia aos envolvidos nos atos de 8 de janeiro. "Francisco Wanderley Luiz era um maluco e pode ser usado para implodir o projeto de anistia", alertou.

    Sobre as perspectivas para as eleições e os desdobramentos políticos no cenário de 2026, Pimenta pontuou que, se Bolsonaro permanecer inelegível, há maior possibilidade de ele apoiar um nome da própria família em vez de figuras como o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas. “Há uma tendência da burguesia em direção ao Bolsonaro”, analisou, ressaltando como a sociedade brasileira continua dividida entre a base petista e o bolsonarismo.

    O julgamento do STF em torno do artigo 19 ocorre em meio a um contexto internacional também tumultuado, com grandes empresas de tecnologia e políticos como Donald Trump – que retorna à política americana em uma posição fortalecida – pressionando contra regulamentações mais rígidas. Alexandre de Moraes, ministro do STF e uma figura central nos esforços de responsabilização das redes sociais, recentemente defendeu em um evento do Conselho Nacional do Ministério Público que “aqueles que defendem a democracia devem se unir para que haja uma responsabilização e uma regulamentação das redes sociais”.

    Por outro lado, Pimenta vê essa movimentação com desconfiança. “Os bolsonaristas fazem muita propaganda política e, nesse jogo, o controle das redes pode se tornar uma ferramenta para sufocar vozes divergentes”, disse. A regulação das redes sociais no Brasil, impulsionada pelo atentado em Brasília, expõe divisões políticas e abre espaço para novas discussões sobre liberdade de expressão, responsabilidade das plataformas e estratégias de controle do discurso público. A entrevista de Rui Costa Pimenta à TV 247 serve como um alerta para os riscos de manipulação política em meio a um ambiente já polarizado e marcado por tensões. Assista:

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