"É preciso reforçar a participação social e associar esse processo à educação popular", afirma Renato Simões
Secretário Nacional de Participação Social destaca o papel do G20 Social e a necessidade de um orçamento participativo federal
247 - Durante entrevista ao programa Brasil Agora, Renato Simões, Secretário Nacional de Participação Social da Secretaria-Geral da Presidência da República, falou sobre os avanços trazidos pelo G20 Social, os desafios da participação popular e as diretrizes para o futuro. Para Simões, a educação popular e a presença social nos territórios são fundamentais para fortalecer a democracia e a cidadania.
Legados do G20 Social
Simões destacou a relevância do G20 Social como marco de inserção de pautas do Sul Global na agenda do G20 tradicional, ressaltando o papel dos movimentos sociais. “São muitos legados e várias questões em aberto. O primeiro foi realizar pela primeira vez uma atividade de participação social que trouxe ao G20 um conteúdo estranho à pauta das grandes potências que presidiram o G20 por anos. Houve um encadeamento de presidências do Sul Global, Indonésia, Índia, Brasil e agora África do Sul, que permitiu que a pauta desses países entrasse no circuito do debate do G20.”
Entre os temas abordados no G20 Social, Simões destacou o combate à fome, à desigualdade, à pobreza, a sustentabilidade climática e a reforma da governança global. Ele apontou que os movimentos sociais conseguiram colocar essas questões na vitrine internacional. “Houve a presença de mais de dois mil jornalistas no Rio de Janeiro nesse período entre o G-Vinte Social e o G20. Quantificamos de forma muito positiva os temas da aliança global contra a fome, da taxação dos super ricos, e da incidência dos movimentos sociais na defesa da democracia frente aos ataques da extrema direita.”
Participação popular nos territórios
Sobre os próximos passos para o fortalecimento da democracia participativa, Simões destacou a necessidade de ações enraizadas na sociedade. “Os territórios foram abandonados à mercê de grupos milicianos e religiosos conservadores. É preciso reforçar a presença da participação social na base e associar esse processo à educação popular, que é capaz de formar uma consciência cidadã e democrática.”
Ele mencionou o Programa de Participação Social com Educação Popular nos Territórios como uma iniciativa para fortalecer essas bases e evitar uma estrutura frágil: “Não pode ser um gigante de pé de barro, com grandes mobilizações nacionais e internacionais, mas que não está enraizado na base da sociedade.”
Orçamento participativo federal
Simões defendeu a implementação de um orçamento participativo em nível federal. “O orçamento hoje é uma peça distante da população. Fizemos o PPA participativo com um milhão e meio de pessoas pela plataforma digital, 37 mil pessoas nos estados participando com o ministro Márcio Macedo e a ministra Simone Tebet, mas nunca foi feito orçamento participativo federal. Esse é um debate importante, porque quem domina o orçamento domina a pauta política do país.”
Integração digital e territorial
Por fim, o secretário enfatizou a necessidade de integrar as redes digitais com a participação social territorial, combatendo a desinformação e o discurso de ódio. “As redes sociais foram apropriadas por ideias de veiculação de ódio, de fake news. Se a gente perder a relação com as pessoas, as redes também não funcionam. A Plataforma do Brasil Participativo busca integrar uma estratégia de redes com a participação social territorial.” Assista:
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