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    "Eduardo Bolsonaro deve voltar ao Brasil ou perder o mandato", afirma Fernando Horta

    Historiador Fernando Horta alerta para os riscos da aliança de Eduardo Bolsonaro com Donald Trump e suas implicações para a democracia brasileira

    Fernando Horta e Eduardo Bolsonaro (Foto: Brasil247 | Reuters/Brian Snyder)
    Redação Brasil 247 avatar
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    247 - Em análise no programa Brasil Agora, da TV 247, o historiador Fernando Horta considera que a movimentação de Eduardo Bolsonaro (PL-SP) nos Estados Unidos deve ser acompanhada passo a passo. Horta lembrou que o filho de Jair Bolsonaro não viajou como um cidadão comum, mas sim como um aliado próximo do presidente norte-americano, Donald Trump, que atualmente ignora decisões da Suprema Corte de seu país e age de forma autoritária.

    "A coisa ficou muito séria. Ele faz uma ameaça muito grave ao Legislativo e ao Judiciário brasileiro, especialmente ao Alexandre de Moraes. Todos sabemos que ele vai aos Estados Unidos como amigo do rei. Ele não está indo lá como um cidadão qualquer", afirmou Horta.

    O historiador destaca que Eduardo Bolsonaro está elevando o custo político das decisões do Judiciário brasileiro. "O que o Eduardo Bolsonaro está fazendo é aumentar o custo da ação política do Judiciário brasileiro. Ele tem obviamente dois focos: um é a própria figura dele, que certamente está envolvido em algumas dessas questões. Quanto mais se mexe nesse processo, você começa a perceber que Jair Bolsonaro tinha dois ou três círculos golpistas que atuavam ora em conjunto, ora em separado".

    Horta também observa que a tentativa de Bolsonaro de manter influência no cenário político brasileiro está cada vez mais enfraquecida. Ele cita o fracasso das manifestações recentes em seu apoio e a perda de espaço político de Eduardo no Congresso. "Já se sabe, desde a flopada que tivemos no domingo, da manifestação em favor de Jair Bolsonaro, que Bolsonaro está preso. Mais cedo ou mais tarde, vai para a cadeia".

    Uma das estratégias do deputado foi abdicar temporariamente do mandato, o que, segundo Horta, deveria ser respondido com uma decisão definitiva do Supremo Tribunal Federal para que ele retorne ao Brasil ou perca seu cargo de vez. "Eu não sei qual é a atitude que o Judiciário tem que tomar, mas o STF tem que tirar essa palavra 'temporário'. Tem que dar uma ordem para que ele volte ao Brasil em tanto tempo ou perca efetivamente o mandato".

    Horta destaca ainda a tentativa de Eduardo Bolsonaro de construir alianças nos Estados Unidos para enfraquecer o STF. "O que o Eduardo Bolsonaro está fazendo é aumentar o custo da ação do Judiciário brasileiro na prisão do seu pai. É muito perigoso o que está acontecendo".

    Com a proximidade do julgamento que pode tornar Jair Bolsonaro réu, a estratégia de seu filho parece ser a pavimentação de uma rota de fuga, não apenas para si, mas também para o pai. "O que ele está fazendo é indo para o lado do Trump para servir de analista de política externa na América Latina para que o Trump possa fazer as maiores pataquadas possíveis", aponta.

    Horta alerta que essa movimentação demonstra que Bolsonaro e seu grupo ainda apostam em um possível apoio de Trump para desestabilizar o Brasil, mesmo que essa seja uma estratégia fantasiosa e perigosa para a soberania nacional. "Eles se apegam ao apoio de fora porque é a única coisa que podem se prender neste momento. Eles levam o apoio do Trump como mais importante do que qualquer aliança política local porque não são patriotas".

    Para o historiador, a resposta das instituições brasileiras deve ser firme e contundente. "A permanência de Eduardo Bolsonaro nos Estados Unidos é uma afronta ao país, e seu envolvimento em articulações contra o STF e a democracia precisa ser tratado como uma ameaça real".

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