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    "O Brasil acerta ao suspender compra de equipamentos militares de Israel", diz Breno Altman

    Suspensão da compra de blindados israelenses pelo Brasil é vista como um avanço, mas com limitações, segundo o jornalista

    (Foto: Brasil247 | Reuters)

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    247 – Em entrevista ao programa Bom Dia 247, o jornalista Breno Altman, editor do Opera Mundi, comentou a decisão do presidente Lula de suspender a compra de 36 blindados fabricados pela empresa israelense Elbit Systems. A medida foi tomada após um embate entre o assessor especial da Presidência, Celso Amorim, e o Ministério da Defesa, que resultou na interrupção do contrato avaliado em R$ 1 bilhão. Altman considerou a decisão correta, mas provisória, dado o atual contexto das relações diplomáticas e comerciais entre Brasil e Israel.

    "É uma decisão correta, mas é uma decisão provisória, porque ela se sustenta sobre uma situação híbrida", afirmou Altman. Ele destacou que, apesar da suspensão, o Brasil mantém relações diplomáticas e comerciais com Israel, o que não impede que as Forças Armadas brasileiras contratem equipamentos militares de empresas israelenses ou explorem a possibilidade de fabricar os blindados no Brasil através de unidades da Elbit. "Uma alternativa que estaria sendo estudada pelo Ministério da Defesa seria fabricar os blindados no Brasil", completou.

    Altman também apontou que a decisão de Lula, embora elogiável, se baseia em uma "base instável" devido à continuidade das relações com Israel. "Não existe nada que proíba as Forças Armadas de adquirirem armamentos israelenses; é uma decisão que pode, portanto, ser questionada na órbita da lógica das atuais relações comerciais e diplomáticas que o Brasil tem com Israel", explicou. 

    O jornalista enfatizou que, enquanto o Brasil mantiver essas relações, as decisões sobre compras de armamentos israelenses continuarão a enfrentar incertezas. "A essência do problema é: o Brasil deve ter relações comerciais e diplomáticas com um estado que, além de colonial, é acusado pelo próprio governo brasileiro de genocida?", questionou Altman. Ele sugeriu que a questão de fundo sobre manter ou não relações com Israel deve ser resolvida para garantir decisões mais estáveis no futuro.

    "Essa decisão é correta, é elogiável, é uma decisão importante, mas é uma decisão instável, e isso me preocupa", concluiu Breno Altman, ressaltando a necessidade de uma análise mais profunda sobre as implicações das relações diplomáticas do Brasil com Israel para futuras negociações e decisões estratégicas. Assista: 

     

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