Brasil resiste às pressões da Argentina e mantém gênero e super-ricos no texto do G20
Pressões da Argentina sobre temas como violência de gênero e Agenda 2030 não alteram a declaração final
247- O Brasil resistiu às pressões da Argentina durante as discussões do G20 e manteve no texto final do encontro menções à igualdade de gênero e à tributação dos super-ricos. A delegação argentina, liderada pelo presidente Javier Milei, expressou discordância com trechos que reafirmam o combate à violência contra mulheres e defendem a igualdade de gênero no trabalho, destaca reportagem da Folha de S. Paulo. A inclusão desses itens foi aprovada, mas com a observação da Agentina, indicando que o país sul-americano ainda não formalizou apoio à declaração. A postura de Buenos Aires reflete a recente rejeição à resolução da ONU que condenava a violência contra mulheres, colocando a Argentina isolada em relação à maioria dos membros do G20.
Outro ponto de tensão foi a tributação de indivíduos com patrimônio ultra elevado. A declaração do G20 inclui um compromisso para garantir que os bilionários sejam tributados de forma efetiva, o que também recebeu objeções da Argentina. A delegação de Milei ainda se posicionou contra o endosso da Agenda 2030 da ONU, que estabelece metas de desenvolvimento sustentável. O governo argentino chegou a emitir um comunicado interno ordenando que diplomatas não apoiassem declarações ou resoluções relacionadas à agenda. Mesmo com as restrições, os demais países do G20 destacaram a urgência de avançar na implementação dos objetivos em um cenário global de progresso lento.
Além das questões de gênero e tributação, Buenos Aires também se opôs a trechos que abordam desinformação e discurso de ódio. A declaração destaca os impactos da digitalização e do avanço da inteligência artificial na propagação de conteúdo prejudicial, mas encontrou resistência na delegação argentina, que alinha sua visão ao bilionário Elon Musk, aliado político de Milei e dono da rede social X. A ausência de menções diretas a conflitos geopolíticos, como as guerras na Ucrânia e no Oriente Médio, aponta para negociações ainda em curso dentro do grupo, buscando consenso em temas altamente sensíveis.
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