Bohn Gass: “Não há dicotomia entre preservar e explorar o petróleo”
Deputado do PT defende exploração com responsabilidade ambiental e reforça papel estratégico do petróleo na transição energética brasileira
247 – Em sua participação no evento Margem Equatorial e Políticas Públicas, realizado no dia 26 de março, em Brasília, pelo Brasil 247, pela TV 247 e pelo site Agenda do Poder, o deputado federal Elvino Bohn Gass (PT-RS), vice-presidente da Frente Parlamentar de Energias Renováveis, defendeu a compatibilização entre preservação ambiental e exploração de petróleo como parte da transição energética brasileira. O encontro reuniu parlamentares, especialistas, pesquisadores e lideranças políticas para discutir os caminhos sustentáveis para a nova fronteira energética do país.
“Nós vamos consolidando aqui a compreensão de que não há uma dicotomia entre preservar ou fazer a exploração, mas há uma certeza de que nós precisamos preservar explorando e explorar preservando. Isso é fundamental”, afirmou o parlamentar.
Bohn Gass rechaçou tanto a exploração desenfreada quanto a recusa dogmática em utilizar os recursos disponíveis. Para ele, o equilíbrio está em garantir que a atividade petrolífera cumpra compromissos ambientais, sociais e econômicos. “Os extremos de não preservar nem explorar, contra um extremo de só explorar sem a preocupação ambiental, não servem. A síntese é essa: explorar com preservação ambiental e ter a preservação ambiental explorando.”
O deputado também apontou contradições no discurso que rejeita a produção nacional de petróleo. “Não explorar é prejudicar o meio ambiente. Porque se o mundo está necessitando e o Brasil necessita de energia — que ainda depende de fontes fósseis — e se há uma redução e o Brasil precisa importar, nós vamos estar trabalhando ambientalmente de forma negativa.”
Segundo ele, a produção nacional com rigor técnico e ambiental é mais segura do que a dependência de fornecedores internacionais. Bohn Gass citou a Petrobras como referência global em responsabilidade ambiental: “A Petrobras tem premiação mundial como a melhor empresa no sentido dos cuidados e da preservação. Títulos internacionais.”
O parlamentar defendeu ainda o uso dos royalties do petróleo para financiar políticas sociais estruturantes. Ele destacou o legado da ex-presidenta Dilma Rousseff com a criação do Fundo Social do Pré-Sal e o modelo de partilha: “A Dilma insistia muito no fundo social e no fundo soberano. E o que diz a lei do fundo social? Que os royalties precisam estar para educação, cultura, esporte, saúde pública, ciência, tecnologia, meio ambiente, mitigação e adaptação às mudanças climáticas.”
Para Bohn Gass, o golpe de 2016 interrompeu esse projeto nacional. “Nós poderíamos estar muito mais avançados se não tivesse havido o golpe e o afastamento desse projeto que fazia exatamente esse debate aqui no Brasil.”
Ele também criticou o chamado “parlamentarismo orçamentário”, que, segundo ele, compromete a capacidade do Executivo de executar políticas públicas estruturantes. “Hoje tem 49 bilhões para o novo PAC e tem 50 bilhões na mão dos deputados e senadores para projetos que são importantes, mas que não contribuirão estruturalmente para projetos mais fortes para o nosso país.”
Ao encerrar sua fala, Bohn Gass elencou os cinco pilares que, em sua visão, devem orientar a política energética brasileira: “Autossuficiência energética, sustentabilidade ambiental, crescimento econômico com distribuição de renda e soberania. Esses cinco elementos precisam andar juntos. E é possível andarem juntos.” Assista:
❗ Se você tem algum posicionamento a acrescentar nesta matéria ou alguma correção a fazer, entre em contato com redacao@brasil247.com.br.
✅ Receba as notícias do Brasil 247 e da TV 247 no Telegram do 247 e no canal do 247 no WhatsApp.
iBest: 247 é o melhor canal de política do Brasil no voto popular
Assine o 247, apoie por Pix, inscreva-se na TV 247, no canal Cortes 247 e assista: