Francis Bogossian: “O petróleo ainda tem muito a contribuir para o Brasil”
Presidente do Clube de Engenharia defende exploração na Margem Equatorial e diz que petróleo é essencial para a soberania energética e inclusão social
247 – Em sua participação no evento Margem Equatorial e Políticas Públicas, realizado no dia 26 de março, em Brasília, pelo Brasil 247, pela TV 247 e pelo site Agenda do Poder, o engenheiro Francis Bogossian, presidente do Clube de Engenharia, defendeu a autorização para que a Petrobras realize perfurações exploratórias em águas profundas na Bacia da Foz do Amazonas, na costa do Amapá. Em sua exposição, Bogossian destacou os aspectos estratégicos, ambientais, econômicos e sociais da exploração de petróleo na região.
“O Clube de Engenharia do Brasil, que tenho a honra de presidir, defendeu junto ao presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, a autorização pelo governo federal para que a Petrobras perfure poços exploratórios em águas profundas na costa do Amapá, na Bacia da Foz do Amazonas, para melhor avaliar o potencial petrolífero da área”, afirmou.
Segundo ele, não há contradição entre a exploração de petróleo e o compromisso do país com a agenda ambiental. “As emissões na exploração e produção de petróleo, óleo e gás são estimadas em 5,5% do setor energético e 1% do total nacional”, afirmou.
“A Petrobras é um exemplo a ser seguido, notadamente no zelo para com o meio ambiente.”
Bogossian lembrou que a Petrobras já atuou na região amazônica com elevados padrões de sustentabilidade, citando como exemplo o polo de Urucu, implantado nos anos 1980 com participação de técnicos da estatal e acadêmicos como o geógrafo Aziz Ab'Sáber. “Urucu é um dos melhores exemplos do mundo de sustentabilidade em atividades extrativas”, disse.
Ao tratar do papel estratégico da Margem Equatorial, o engenheiro destacou que a região constitui uma nova fronteira energética no contexto global, com geologia similar à de bacias produtoras da África Ocidental. “A Margem Equatorial brasileira estabelece uma nova fronteira energética no contexto global, destacando-se pelas recentes descobertas de substanciais reservas de hidrocarbonetos.”
Ele também alertou para a dimensão geopolítica da exploração, ressaltando a importância de garantir a presença da Marinha na região. “A região requer atenção ampliada para proteção e segurança marítima, em um contexto de intensificação da competição internacional por recursos naturais”, disse. “A presença sólida da Marinha do Brasil é essencial para assegurar a soberania sobre os recursos nacionais e proteger as infraestruturas críticas.”
Impacto na balança comercial
Bogossian apontou ainda os reflexos positivos para a balança comercial e a arrecadação pública. “O incremento da produção de hidrocarbonetos pode garantir a continuidade do fornecimento interno e, a médio prazo, ampliar a posição do Brasil como exportador de energia, fortalecendo a balança comercial.”
Defendeu também que os royalties da exploração sejam usados como motor de inclusão social e de desenvolvimento regional. “Os recursos podem representar uma injeção direta de capital para investimentos em infraestrutura, educação e saúde, promovendo o bem-estar social. Ademais, os royalties possuem a capacidade de gerar fontes de receitas sustentáveis para as comunidades locais, particularmente em áreas historicamente marginalizadas.”
O presidente do Clube de Engenharia fez ainda um alerta sobre o futuro energético do país. “Sem novas descobertas, retornaremos à situação de importação em menos de 14 anos”, afirmou. Segundo ele, é fundamental expandir o portfólio de oportunidades do setor, inclusive para impulsionar a indústria naval, o avanço tecnológico e a geração de empregos qualificados.
Bogossian concluiu defendendo a continuidade do debate técnico e institucional antes do início da produção efetiva. “Essa é uma discussão importante, merecedora de ser aprofundada e aprovada como política local antes da efetiva produção de óleo e gás.” Assista:
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