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    “Difícil experiência”, avalia Marina Silva sobre os desafios da COP29 em Baku

    Ministra critica propostas de financiamento climático insuficientes e projeta COP30 na Amazônia como símbolo de esperança

    Marina Silva e Geraldo Alckmin na COP29 (Foto: Fernando Donasci/MMA)

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    247, com Agência Brasil – A ministra do Meio Ambiente e Mudanças Climáticas, Marina Silva, classificou a COP29, realizada em Baku, Azerbaijão, como uma “experiência difícil”. A declaração foi feita durante o discurso final neste sábado (23), em uma conferência marcada por negociações tensas e divergências sobre o financiamento climático. “É fundamental, sobretudo após a difícil experiência que estamos tendo aqui em Baku, chegar a um resultado minimamente aceitável para todos nós, diante da emergência que estamos vivendo”, afirmou Marina, destacando a frustração com os impasses entre países ricos e em desenvolvimento.

    As discussões sobre o financiamento climático, que deveriam ter sido concluídas na sexta-feira (22), ultrapassaram o prazo devido às divergências sobre as responsabilidades dos países ricos em relação às nações mais vulneráveis. Marina criticou a proposta inicial de US$ 280 bilhões até 2035, que evoluiu para US$ 300 bilhões anuais – ainda distante do valor de US$ 1 trilhão demandado pelos países em desenvolvimento.

    “Aqueles que estão em países mais vulneráveis precisam já de mecanismos que permitam adaptação e transição. Esses recursos não são um benefício unilateral, mas uma ação global para enfrentar a crise climática”, reforçou a ministra.

    COP30: a “COP das COPs”

    Marina Silva voltou as atenções para a COP30, marcada para novembro de 2025 em Belém, no Pará. Para ela, o evento será um marco na luta climática global. “Fazer da COP30, no território tão simbólico da Amazônia, o momento da vida para restaurar tudo aquilo que parece que estamos perdendo é um dos maiores desafios que temos pela frente”, afirmou, chamando o encontro de “COP das COPs”.

    A escolha da Amazônia como sede reforça o simbolismo do bioma na agenda ambiental internacional. “Será uma oportunidade para reafirmarmos o compromisso com as Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs) e avançarmos em metas concretas para limitar o aquecimento global a 1,5°C”, declarou.

    Posição dos Estados Unidos

    Questionada sobre o impacto da eleição de Donald Trump à presidência dos Estados Unidos em 2025, Marina expressou preocupação, mas lembrou que a comunidade internacional não interrompeu seus esforços mesmo em momentos de ausência de liderança climática por parte dos EUA. “O convite para que os Estados Unidos se comprometam com a redução de emissões está feito. Não deixamos de avançar, mas a ausência deles é um prejuízo para todos, inclusive para o povo americano, que enfrenta eventos climáticos extremos cada vez mais intensos”, pontuou.

    Créditos de carbono: avanço parcial

    Até o final da plenária, os países presentes na COP29 chegaram a um acordo sobre as regras para um mercado global de créditos de carbono. A iniciativa busca regular a compra e venda de emissões evitadas de dióxido de carbono, promovendo a transição para energias limpas e iniciativas de reflorestamento.

    Apesar desse avanço, a insatisfação das delegações de países insulares e de pequenos Estados em desenvolvimento resultou em protestos contra a falta de inclusão de suas demandas no texto final. Marina destacou a importância de trazer todos de volta ao processo: “Assumimos o compromisso de não deixar ninguém para trás. É fundamental que cada grupo veja suas necessidades contempladas”, concluiu.

    A COP29, ainda que marcada por dificuldades, reforçou o papel central do Brasil no debate climático global, enquanto o país se prepara para liderar a próxima conferência em um dos biomas mais estratégicos do planeta.

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