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    Governo do Pará decreta situação de emergência por causa das queimadas

    A medida é válida por 180 dias

    Flona de Carajás, no Pará

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    247 - O governo do Pará, comandado por Helder Barbalho, decretou situação de emergência por conta dos incêndios, medida válida por 180 dias, podendo ser prorrogado pelo mesmo período. De acordo com a gestão, os dados do mês de julho apontaram 3.300 focos de queimadas, aumento de 50% comparado com o mesmo período de 2023. Em agosto foram 6.600 pontos identificados, 40% a mais comparado com o mês de agosto de 2023. Em nível nacional, foram registrados 107.133 focos de queimadas no país entre os dias 1º de janeiro e 25 de agosto, alta de 75% em relação ao mesmo período de 2023, informou o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais.

    Pelo INPE, o estado paraense ficou em segundo lugar entre os que mais registraram focos de calor este ano (14.794), entre 1º de janeiro e 26 de agosto de 2024, ficando atrás do Mato Grosso (21.694). Na liderança do ranking, o Mato Grosso registrou 20.725 focos de incêndios. Depois apareceram Pará, Amazonas, Mato Grosso do Sul e Tocantins.

    Na Amazônia Legal, o fogo consumiu 2,5 milhões de hectares nos últimos 30 dias, conforme o Laboratório de Aplicações de Satélites Ambientais da Universidade Federal do Rio de Janeiro (Lasa-UFRJ). A média histórica para área afetada pelo fogo no mês é 1,4 milhões de hectares. A Amazônia Legal é formada por nove estados - Amazonas, Amapá, Acre, Mato Grosso, Maranhão, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins. Essa vegetação nas unidades federativas mencionadas representa mais de 5 milhões de quilômetros quadrados, ou 60% do território brasileiro.

    De acordo com o governador do Pará, o decreto de emergência foi adotado "em resposta à escalada de focos de queimadas no território paraense, agravada pela emissão de fumaça, baixo índice de chuvas e deterioração da qualidade do ar, especialmente em municípios sob forte pressão ambiental".

    A decisão do governador foi fundamentada após emissão de notas técnicas por parte dos órgãos de monitoramento, como o Centro Nacional de Monitoramento e Alerta de Desastres Naturais (Cemaden) e pela Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Sustentabilidade do Pará (Semas). Foram destacados a escassez hídrica e os impactos do fenômeno La Niña em 2024, que têm exacerbado a vulnerabilidade da região a desastres ambientais, incluindo incêndios florestais.

    "Vamos todos estar juntos, unidos, para proteger a floresta, construir práticas sustentáveis e, acima de tudo, para que possamos evitar que o fogo agrida a natureza e, mais do que isso, possa prejudicar a saúde e a vida da nossa população", concluiu o governador.

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