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    Conservadores e extrema direita lideram gastos em publicidade patrocinada no Facebook e Instagram, diz pesquisa

    Conservadores investiram R$ 33,8 milhões em anúncios em quatro anos, quase 3,5 vezes mais que os R$ 10,3 milhões dos progressistas

    Facebook, Instagram e WhatsApp (Foto: Reuters)

    247 - Um levantamento realizado pelo projeto Brief, vinculado à organização Quid, aponta que os grupos conservadores dominam o gasto com publicidade patrocinada no Facebook e Instagram no Brasil, com um volume de recursos significativamente superior ao de grupos progressistas. Segundo a Folha de S. Paulo, a análise, que abrange dados de 2020 a 2024 fornecidos pela Meta, revela que os 20 maiores anunciantes conservadores aplicaram um total de R$ 33,8 milhões em anúncios, quase três vezes e meia mais do que os R$ 10,3 milhões investidos pelos progressistas. Já os investimentos do chamado centro totalizaram R$ 1,8 milhão. 

    A pesquisa se concentrou em páginas de organizações não governamentais (ONGs), veículos de imprensa e produtores de conteúdo que se autodenominam "sociedade", excluindo as categorias de "poder", como partidos e políticos, e "mercado", composto por empresas e canais comerciais. O objetivo foi analisar a "disputa por corações e mentes" nas redes sociais, evitando focar em anúncios puramente eleitorais ou de promoção de marcas.

    De acordo com a reportagem, o destaque do estudo vai para a produtora Brasil Paralelo, que lidera com uma disparidade considerável. A empresa gastou R$ 26,6 milhões e veiculou 75.391 anúncios entre agosto de 2020 e agosto de 2024, mais do que qualquer outro anunciante, incluindo o governo federal e grandes empresas, como a Ambev. A produtora, que se especializa em conteúdos voltados à direita e extrema direita, é acusada por críticos de praticar "revisionismo histórico" e apresentar narrativas que contestam pesquisas científicas estabelecidas. Em seguida aparece a revista Oeste, com R$ 4,3 milhões.

    Outro dado relevante é a comparação entre os investimentos feitos pela Brasil Paralelo e as campanhas políticas. Jair Bolsonaro (PL), por exemplo, gastou R$ 2,8 milhões em impulsionamento de anúncios, um valor inferior ao de diversos outros anunciantes não políticos.

    A predominância do conservadorismo no investimento publicitário sugere uma estratégia mais agressiva e diversificada para influenciar o debate público, com os conservadores criando uma quantidade maior de anúncios e experimentando diferentes formatos para descobrir os mais eficazes. Por outro lado, os progressistas tendem a manter um foco mais restrito em suas pautas.

    O estudo também aponta que os conservadores parecem entender melhor o funcionamento dos algoritmos das redes sociais, conseguindo impulsionar conteúdos que ganham maior visibilidade nas plataformas. A Brasil Paralelo, por exemplo, não apenas lidera em termos de gasto, mas também de número de anúncios, superando outros grandes anunciantes, como a página Meu Preparatório, voltada para concurseiros.

    Ainda conforme a reportagem, a Brasil Paralelo refutou as críticas do estudo, argumentando que seus conteúdos se pautam pela defesa da democracia e da verdade, sem se alinhar a nenhuma linha extremista. A produtora afirmou que seu modelo comercial é orientado por honestidade editorial e pela promoção de um Brasil próspero e democrático, sem responder diretamente às perguntas sobre suas estratégias de impulsionamento.

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