Acordo com China garante fôlego às reservas argentinas em meio a críticas dos EUA

247 - O Banco Central da República Argentina (BCRA) anunciou nesta quinta-feira (10) a renovação integral de US$ 5 bilhões do acordo de swap cambial com o Banco Popular da China (PBOC) por mais 12 meses, mantendo o montante disponível até meados de 2026. A informação foi divulgada pelo jornal argentino Página 12. 

A renovação ocorre em um momento crítico para a Argentina, que enfrenta reservas internacionais em níveis baixos e negocia um novo programa de crédito de US$ 20 bilhões com o Fundo Monetário Internacional (FMI). O acordo com a China permite ao BCRA acessar recursos em yuanes, aliviando a pressão sobre o peso argentino e facilitando o comércio bilateral.​

O ministro da Economia, Luis Caputo, celebrou a renovação em sua conta na rede social X, destacando a importância da medida para a estabilidade econômica do país.​

A decisão argentina desafia pressões dos Estados Unidos, que têm criticado o swap cambial com a China. O enviado especial dos EUA para a América Latina, Mauricio Claver-Carone, classificou o acordo como "extorsivo" e defendeu seu encerramento. Em resposta, o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Lin Jian, afirmou que o swap tem desempenhado um papel importante na estabilização da economia argentina e é bem recebido no país.​

A renovação do acordo ocorre às vésperas da visita do secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, a Buenos Aires, e da votação do FMI sobre o novo programa de crédito para a Argentina. A manutenção do swap com a China destaca a complexidade das relações internacionais da Argentina, que busca equilibrar suas necessidades econômicas com as pressões políticas de seus principais parceiros.​