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    Dilma condena "extermínio" dos palestinos, critica "uso do dólar como arma" e destaca papel do Sul Global na economia mundial

    Em discurso na Cúpula do BRICS, Dilma critica uso do dólar como ferramenta de controle global e denuncia a crise humanitária na Faixa de Gaza

    Dilma Rousseff (Foto: Reprodução/X/@BiazitaGomes)

    247 - Durante a Cúpula do BRICS, na quarta-feira (23), a presidente do banco dos BRICS, Dilma Rousseff, fez um contundente discurso sobre as crises humanitárias e econômicas que afetam o cenário global. Em sua fala, Dilma condenou duramente a situação dos palestinos no Oriente Médio, afirmando que o que ocorre na região não pode ser descrito de outra forma senão como um “extermínio”. As declarações da ex-presidente do Brasil ecoam o crescente clamor internacional por uma solução para o conflito, que tem resultado na morte de civis, especialmente mulheres e crianças.

    “O ponto central de nossa preocupação é o fato de que as mortes de mulheres e crianças têm uma única explicação: extermínio”, afirmou Dilma, destacando a gravidade da situação na região. Segundo ela, as complexidades geopolíticas no Oriente Médio também têm repercussões em setores estratégicos, como transporte e logística internacionais, agravando os desafios econômicos e sociais globais.

    Além das questões humanitárias, Dilma criticou o que chamou de “uso do dólar como arma”, em referência ao papel que a moeda norte-americana exerce sobre a economia global. Para Dilma, o dólar tem sido utilizado como instrumento de manipulação, impactando diretamente as condições de vida de populações ao redor do mundo e minando a confiança no sistema financeiro internacional. “A complexa situação geopolítica é acrescida, ademais, pelo uso do dólar como uma arma propriamente de alteração das condições de vida das populações, afetando também a base do sistema financeiro internacional, que é a confiança e a integridade”, disse Dilma.

    Em seu discurso, Dilma também abordou o atual cenário econômico mundial, fazendo uma análise crítica sobre as recentes decisões dos bancos centrais de países desenvolvidos, como os Estados Unidos e a União Europeia, que optaram por reduzir as taxas de juros em um cenário de fragilidade econômica. No entanto, ela destacou o papel crucial que o Sul Global, composto por países da Ásia, Oriente Médio, África e América Latina, tem desempenhado no avanço econômico mundial.

    Dilma ressaltou que, enquanto as economias desenvolvidas enfrentam ventos contrários e uma possível estagnação, as nações do Sul Global têm impulsionado o crescimento e contribuído significativamente para a estabilização das condições econômicas e financeiras internacionais. “Os países do Sul Global vêm sendo responsáveis pela melhoria e pelas condições econômicas e financeiras internacionais de todos os povos”, afirmou, destacando a importância do bloco no cenário internacional.

    O discurso de Dilma Rousseff na Cúpula do BRICS ocorre em um momento de intensificação dos debates sobre a multipolaridade econômica e o papel das moedas emergentes. Sua fala reforça o papel do Sul Global na promoção de um novo equilíbrio de forças no mundo, afastando-se da tradicional dependência das potências econômicas ocidentais.

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