Diplomacia discreta da Austrália garantiu a liberdade de Assange
A diplomacia intensa e o lobby junto às autoridades máximas dos EUA foram cruciais para a libertação do fundador do Wikileaks
Reuters – Julian Assange foi liberado por um tribunal no território remoto do Pacífico dos EUA, Saipan, na quarta-feira, encerrando uma batalha legal de 14 anos. A libertação do fundador do WikiLeaks foi possível graças aos esforços diplomáticos do Primeiro-Ministro australiano, Anthony Albanese, conforme afirmou a advogada de Assange, Jennifer Robinson. A diplomacia intensa e o lobby junto às autoridades máximas dos EUA foram cruciais para a libertação de Assange, após ele passar cinco anos em uma prisão de segurança máxima no Reino Unido e sete anos na embaixada equatoriana em Londres.
Anthony Albanese reivindicou a libertação de Assange como uma vitória para o país, que utilizou seus laços de segurança com Washington e Londres para fortalecer seu caso e resolver o dilema de um cidadão australiano. "Esse trabalho foi complexo e considerado. É assim que se parece defender australianos ao redor do mundo", declarou Albanese ao parlamento na quarta-feira. Assange, que chegou à Austrália na noite de quarta-feira, enfrentava uma pena máxima de prisão de 175 anos após ser acusado de 17 infrações da Lei de Espionagem dos EUA e uma acusação relacionada a hacking. Sob um acordo revelado na terça-feira, ele se declarou culpado de uma única acusação de espionagem e foi libertado.
O acordo ganhou impulso enquanto os EUA enfrentavam desafios no Reino Unido sobre a legalidade da extradição de Assange, enquanto legisladores e diplomatas australianos intensificavam as pressões em Washington e Londres. "Desejo agradecer ao primeiro-ministro, Albanese, aos funcionários que trabalharam... para garantir a libertação de Julian", disse sua esposa Stella logo após Assange chegar a Canberra. Stella também agradeceu ao povo australiano por tornar isso possível, citando o espaço político criado pelo apoio deles para alcançar a liberdade de Julian.
Uma década atrás, sob um governo conservador, havia pouca vontade política em Canberra para apoiar o caso de Assange. Mas isso mudou em 2023 quando dezenas de legisladores de todo o espectro político se uniram à campanha para trazê-lo para casa, segundo John Shipton, pai de Assange, em declaração à Reuters.
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