Explosão de Tesla em hotel de Las Vegas: soldado buscava "alerta" para "colapso" dos EUA, aponta investigação
Veterano de combate com transtorno de estresse pós-traumático protestava contra "guerras sem objetivos finais ou metas claras"
247 - Na manhã de Ano Novo, Las Vegas foi palco de um incidente que intrigou autoridades e alarmou moradores: a explosão de um Tesla Cybertruck em frente ao Trump International Hotel. O autor do ato, identificado como o Sargento-Mor Matthew Alan Livelsberger, veterano do Exército dos Estados Unidos, deixou anotações que revelam sua luta contra o transtorno de estresse pós-traumático (TEPT) e suas convicções políticas. A polícia de Las Vegas detalhou as investigações na última sexta-feira (5), revelando motivações que misturam protesto e desespero, segundo o The New York Times, em reportagem repercutida pelo jornal O Globo.
Livelsberger, que se suicidou dentro do veículo momentos antes da explosão, expressou em suas notas que buscava enviar um “chamado de alerta” ao país. “Isso não foi um ataque terrorista. Foi um chamado de alerta. Os americanos só prestam atenção a espetáculos e violência. Que melhor maneira de passar minha mensagem do que uma ação com fogos de artifício e explosivos?”, escreveu em um aplicativo de seu telefone, conforme divulgado pelo subxerife Dori Koren.
Um protesto contra "guerras sem objetivos" - O veterano, de 37 anos, era experiente em missões de combate e havia retornado temporariamente aos EUA durante uma licença na Alemanha. Em suas anotações, ele criticou as guerras conduzidas pelo país, afirmando que os soldados estavam “cansados de lutar em guerras sem objetivos finais ou metas claras.” Além disso, expressou temores de que os Estados Unidos estavam “caminhando para o colapso” e defendeu ações para retirar democratas do governo federal.
Amigos e ex-colegas confirmaram que Livelsberger enfrentava problemas de saúde mental decorrentes de suas missões. Alicia Arritt, ex-namorada e amiga próxima, afirmou que ele tentava esconder os sintomas do TEPT para continuar servindo nas Forças Especiais. “Ele precisava de ajuda e tinha medo de pedi-la, o que é muito comum para os caras que fazem o trabalho dele,” declarou Arritt.
Ação cuidadosamente planejada - De acordo com as autoridades, Livelsberger iniciou os preparativos para a explosão dias antes, alugando a caminhonete Tesla em Denver, no Colorado, e dirigindo até Las Vegas. O veículo estava carregado com explosivos improvisados, incluindo fogos de artifício e intensificadores de combustível. No dia 1º de janeiro, ele estacionou o Cybertruck na entrada do hotel e disparou contra si mesmo, desencadeando o incêndio que feriu sete pessoas de forma leve.
Investigações revelaram que Livelsberger comprou legalmente duas pistolas semiautomáticas antes do incidente e carregava documentos de identificação no veículo, facilitando sua identificação. Dados da Tesla e vídeos de vigilância permitiram à polícia rastrear seus movimentos nos dias anteriores.
Autoridades descartam ligação com terrorismo - Inicialmente, o episódio gerou preocupações de que poderia estar relacionado a um ataque terrorista ocorrido em Nova Orleans no mesmo dia. No entanto, o FBI descartou qualquer conexão. Spencer Evans, agente especial do escritório de campo do FBI em Las Vegas, afirmou que “não identificamos nenhuma conexão entre este indivíduo e qualquer outra organização terrorista".
Apesar do caráter público e alarmante da explosão, Evans descreveu o caso como uma tragédia envolvendo um veterano de combate altamente condecorado lutando contra TEPT e outras questões.
As anotações recuperadas também mostram que Livelsberger estava preocupado com questões culturais e políticas nos EUA. Ele exaltou Trump e Elon Musk, CEO da Tesla, defendendo que “masculinidade é boa e os homens devem ser líderes".
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