Indignado, Trudeau diz que o Canadá sempre esteve ao lado dos Estados Unidos 'na vida e na morte'

247 – Em um discurso emocionado neste fim de semana, o primeiro-ministro do Canadá, Justin Trudeau, expressou profunda indignação com as novas tarifas impostas pelos Estados Unidos contra o Canadá. Ele lembrou que, ao longo da história, o Canadá sempre esteve ao lado dos EUA em seus momentos mais difíceis, mas as ações recentes da Casa Branca, em vez de unir, estão criando divisão entre os dois países.

"Sempre estivemos ao lado de vocês na vida e na morte, mas as medidas tomadas pela Casa Branca hoje não trouxeram união, e sim divisão!", declarou Trudeau, referindo-se à decisão do presidente americano, Donald Trump, de impor tarifas de 25% sobre produtos canadenses e mexicanos. A medida, que faz parte de uma política comercial agressiva, foi vista como um golpe para as relações entre os dois países. Segundo o jornal chinês Guancha, a imposição das tarifas ocorre em um momento delicado para o governo canadense, que enfrenta pressões internas e externas.

Trudeau destacou que o Canadá e os EUA têm uma longa história de parceria e cooperação, tanto em tempos de guerra quanto em momentos de crise. "Das praias da Normandia às montanhas da Coreia, dos campos de Flandres às ruas de Kandahar, estivemos ao lado de vocês na vida e na morte. Construímos a parceria econômica, militar e de segurança mais bem-sucedida da história... Sempre estivemos ao lado de vocês."

O primeiro-ministro canadense lembrou que, em momentos críticos para os EUA, como a crise dos reféns no Irã, a guerra no Afeganistão, o furacão Katrina e os recentes incêndios florestais na Califórnia, o Canadá nunca hesitou em oferecer apoio. No entanto, as tarifas impostas por Trump, segundo ele, representam uma ruptura nessa relação de confiança e colaboração.

"Infelizmente, as ações da Casa Branca hoje não nos uniram, mas nos dividiram!", lamentou Trudeau. Ele alertou que as medidas protecionistas de Trump podem levar a uma deterioração das relações bilaterais, com consequências negativas para ambos os lados da fronteira.

Em resposta às tarifas americanas, o governo canadense anunciou que imporia tarifas de 25% sobre produtos dos EUA no valor de 155 bilhões de dólares canadenses. Trudeau justificou a decisão como uma medida necessária para proteger os interesses do Canadá e seus cidadãos. "Certamente não queremos escalar a situação. Mas vamos defender o Canadá, o povo canadense e os empregos canadenses."

Além disso, Trudeau criticou a falta de diálogo por parte de Trump, afirmando que tentou entrar em contato com o presidente americano, mas não obteve resposta. Ele enfatizou que, em questões como imigração e combate às drogas, a cooperação entre os dois países é essencial. "Se o presidente Trump quer inaugurar uma nova era de ouro para os EUA, o melhor caminho é cooperar com o Canadá, e não nos punir."

A indignação de Trudeau ecoou entre outros líderes canadenses. A ex-vice-primeira-ministra Chrystia Freeland sugeriu que o Canadá deveria retaliar de forma direcionada, impondo tarifas de 100% sobre carros da Tesla e produtos como vinhos e bebidas alcoólicas americanas. "Se os EUA atacam o Canadá, nós retaliaremos, e eles sentirão a dor."

Enquanto isso, líderes provinciais, como o premier da Colúmbia Britânica, David Eby, anunciaram medidas para reduzir a dependência de produtos americanos e apoiar a economia local. "Os americanos são mais fortes, mas se não nos defendermos, eles continuarão a nos pressionar."

A imposição de tarifas por Trump também gerou preocupação internacional. A China e outros países alertaram que medidas protecionistas podem desencadear uma guerra comercial global, com impactos negativos para a economia mundial.

Para Trudeau, no entanto, a questão vai além da economia. "Neste momento, precisamos nos unir, porque amamos este país." Ele pediu aos canadenses que apoiem produtos locais e se mantenham firmes diante das pressões dos EUA.

A crise entre os dois países vizinhos, que já foram aliados inseparáveis, parece marcar um novo capítulo tenso em suas relações. Enquanto Trump insiste em sua política de "América Primeiro", o Canadá se vê forçado a defender sua soberania e interesses nacionais.