Irã diz que dará chance "genuína" às negociações nucleares com EUA, mas Trump faz nova ameaça
Presidente dos EUA fez um anúncio surpresa na segunda-feira de que Washington e Teerã iniciariam as conversações em Omã
247 - O Irã afirmou nesta sexta-feira (11) que está dando às negociações nucleares de alto nível com os Estados Unidos no sábado (12) "uma chance genuína", depois que o presidente Donald Trump ameaçou bombardear o país se as discussões fracassarem. As informações são da Reuters.
Trump fez um anúncio surpresa na segunda-feira de que Washington e Teerã iniciariam as conversações em Omã, um Estado do Golfo que já serviu de mediador entre o Ocidente e a República Islâmica anteriormente.
O retorno em janeiro à Casa Branca de Trump, que em seu primeiro mandato retirou os EUA de um acordo de grandes potências com Teerã em 2015, trouxe novamente uma abordagem mais dura a uma potência do Oriente Médio cujo programa nuclear o aliado de Washington, Israel, considera uma "ameaça existencial".
A mídia estatal iraniana informou que as negociações seriam lideradas pelo ministro das Relações Exteriores, Abbas Araqchi, e pelo enviado especial dos EUA, Steve Witkoff, com o ministro das Relações Exteriores de Omã, Badr al-Busaidi, como intermediário.
O Ministério das Relações Exteriores do Irã disse nesta sexta-feira que os EUA deveriam valorizar a decisão da República Islâmica de entrar em negociações, apesar do que chamou de "confronto predominante" de Washington.
"Pretendemos avaliar a intenção e a determinação do outro lado neste sábado", publicou o porta-voz Esmaeil Baghaei no X. "Com seriedade e vigilância sincera, estamos dando à diplomacia uma chance genuína."
De acordo com a agência de notícias semi-oficial ISNA, o vice-ministro das Relações Exteriores do Irã, Majid Takht-e Ravanchi, declarou: "Sem ameaças e intimidações do lado norte-americano, há uma boa possibilidade de se chegar a um acordo".
Ele acrescentou: "Rejeitamos qualquer intimidação e coerção".
Ataques aéreos dos EUA no Iêmen contra os Houthis, que estão alinhados com o Irã e têm atingido as rotas marítimas internacionais no Mar Vermelho em apoio ao Hamas, estimularam a especulação de que Washington poderia estar se preparando para atacar o Irã.
Enquanto isso, Israel retomou sua devastadora campanha militar contra a Faixa de Gaza, governada pelo Hamas, após várias semanas de trégua, e seu cessar-fogo com a milícia libanesa Hezbollah, continua frágil. Os grupos são apoiados pelo Irã.
AMEAÇA DE TRUMP - Trump quer que o Irã saiba que haverá problemas graves se o país não abandonar seu programa nuclear, disse sua secretária de imprensa a repórteres nesta sexta-feira, antes das negociações de sábado.
A secretária de imprensa da Casa Branca, Karoline Leavitt, disse que o "objetivo final de Trump é garantir que o Irã nunca possa obter uma arma nuclear" e que Trump acredita na diplomacia, mas que "todas as opções estão na mesa" se os esforços diplomáticos falharem.
"Mas ele deixou bem claro para os iranianos, e sua equipe de segurança nacional também o fará, que todas as opções estão sobre a mesa, e o Irã tem uma escolha a fazer. O Irã pode concordar com a exigência do presidente Trump, ou será um inferno, e é assim que o presidente se sente. Ele tem uma opinião muito forte sobre isso", disse Leavitt.
Em fevereiro, Trump restaurou sua campanha de "pressão máxima" sobre o Irã, que inclui esforços para reduzir suas exportações de petróleo a zero, a fim de impedir que Teerã obtenha uma arma nuclear. Ele disse no início desta semana que, se as negociações não forem bem-sucedidas, "o Irã estará em grande perigo".
ENTENDA - Durante seu mandato de 2017-2021, Trump retirou os EUA do acordo de 2015 entre o Irã e potências mundiais, criado para restringir o trabalho nuclear sensível do Irã em troca de alívio das sanções. Trump também reimpôs sanções abrangentes dos EUA.
Desde então, o Irã ultrapassou em muito os limites do acordo sobre o enriquecimento de urânio.
As potências ocidentais acusam o Irã de ter uma agenda clandestina para desenvolver a capacidade de armas nucleares por meio do enriquecimento de urânio a um alto nível de pureza físsil, acima do que eles dizem ser justificável para um programa civil de energia atômica.
Teerã afirma que seu programa nuclear é totalmente voltado para fins de energia civil.
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