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    Kremlin: cabe à Ucrânia retomar as negociações pela paz

    Mais cedo, o presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, após encontro com Zelensky, disse que a Ucrânia aceitará um acordo com a Rússia

    Dmitry Peskov e Voldymyr Zelensky (Foto: Reuters)

    247 - O Kremlin reiterou neste domingo (8) que a responsabilidade de retomar as negociações de paz no conflito com a Rússia recai exclusivamente sobre a Ucrânia. Segundo o porta-voz Dmitry Peskov, qualquer progresso depende de o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, revogar o decreto que proíbe contatos diretos com Moscou. As declarações foram feitas em resposta a comentários do presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, que afirmou que a Ucrânia estaria disposta a negociar um acordo, relata a TASS.  

    "As condições para um cessar-fogo imediato foram claramente estabelecidas pelo presidente Vladimir Putin em junho, durante um discurso no Ministério das Relações Exteriores", afirmou Peskov. "É suficiente que Zelensky cancele seu decreto proibindo conversas com a liderança russa e retome o diálogo com base nos acordos de Istambul e nas condições atuais no terreno".  

    Perdas e desgastes no campo de batalha - Peskov também contestou os números citados por Trump sobre as perdas em combate, alegando que foram baseados na "interpretação oficial ucraniana". Segundo ele, "as perdas da Ucrânia superam exponencialmente as da Rússia". O porta-voz argumentou que a situação crítica obrigou Kiev a baixar a idade mínima para recrutamento militar, sugerindo uma crise de recursos humanos nas forças armadas ucranianas.  

    "O exército ucraniano está enfrentando um esgotamento contínuo devido às perdas crescentes no campo de batalha", afirmou Peskov, sem fornecer números específicos.  

    Rússia aberta ao diálogo - Apesar do tom crítico, o Kremlin afirmou que ainda está aberto a negociações, especialmente no que diz respeito a iniciativas de paz vindas de parceiros internacionais. Peskov destacou que Rússia valoriza o papel dos países do BRICS — Brasil, Índia, China e África do Sul — e também de nações do Oriente Médio, como Emirados Árabes Unidos, Catar e Arábia Saudita, que têm atuado em frentes humanitárias no conflito.  

    "O presidente Putin já deixou claro que a Rússia não rejeita conversas e está disposta a considerar propostas de paz", afirmou Peskov. "Mas a Ucrânia continua rejeitando qualquer tentativa de diálogo e segue intransigente em sua postura". 

    Reação às declarações de Trump - As declarações de Peskov foram uma resposta direta às observações feitas por Donald Trump após um encontro em Paris com os presidentes francês, Emmanuel Macron, e ucraniano, Volodymyr Zelensky. Trump indicou que Kiev chegará a um acordo de paz com a Rússia.  

    Segundo o Kremlin, essas afirmações foram "cuidadosamente analisadas" pelas autoridades russas. Embora não tenha detalhado uma resposta formal, Moscou deixou claro que continuará monitorando as declarações de Washington e avaliando como a política externa americana poderá influenciar futuras negociações.

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