Sueca Saab diz ter sido intimada nos EUA a fornecer informações sobre venda de caças ao Brasil
Concorrência para compra de 36 caças para a FAB aconteceu entre 2008 e 2014. A estadunidense Boeing também participou da disputa
Reuters - O Departamento de Justiça dos Estados Unidos solicitou informações à subsidiária da fabricante sueca de aeronaves Saab sobre a venda de 36 caças militares Gripen ao Brasil, em 2014, transação que foi objeto de uma investigação de corrupção no Brasil, disse a Saab nesta quinta-feira.
"A Saab pretende atender ao pedido para fornecer informações e cooperar com o Departamento de Justiça nessa questão", afirmou a companhia sobre a solicitação dos Estados Unidos à Saab North America.
Em comunicado, a empresa sueca disse que tanto autoridades brasileiras quanto suecas investigaram anteriormente partes do processo de concorrência do Brasil e que essas investigações foram encerradas sem indicar quaisquer irregularidades por parte da Saab.
Procuradores brasileiros, em 2016, acusaram formalmente Luiz Inácio Lula da Silva -- ex-presidente do Brasil na época e atual presidente em exercício -- de usar sua influência para ajudar a Saab a vencer a licitação para 36 caças no valor de 5,4 bilhões de dólares. Os advogados de Lula disseram que o caso equivale a uma "perseguição política".
A Força Aérea Brasileira (FAB) escolheu em 2014 o Gripen para renovar sua frota de caças, em detrimento do F-18 Super Hornet, da norte-americana Boeing, e do Rafale, fabricado pela francesa Dassault Aviation SA.
O acordo com a Saab também permite que os Gripens sejam produzidos no Brasil no futuro.
As primeiras aeronaves já foram entregues ao Brasil, e o restante deve ser entregue até 2027.
Por volta das 13h30 (horário de Brasília), as ações da Saab caíam 6,38%.
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