"8 de janeiro foi a face visível de um movimento subterrâneo que articulava um golpe", diz Barroso
Presidente do STF defendeu a punição de todos os envolvidos e alertou para a “narrativa falsa de que enfrentar o extremismo constituiria autoritarismo”
247 - Em evento realizado para relembrar os acontecimentos de 8 de janeiro de 2023, o ministro Luís Roberto Barroso, presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), teve sua carta lida pelo também ministro Edson Fachin. No texto, Barroso descreveu os ataques às sedes dos Três Poderes em Brasília como a “face visível de um movimento subterrâneo” que articulava um golpe de Estado.
“A maturidade institucional exige a responsabilização por desvios desta natureza. Ao mesmo tempo, porém, estamos aqui para reiterar os nossos valores democráticos, nossa crença no pluralismo e no sentimento de fraternidade. Há lugar para todos que queiram participar sob os valores da Constituição”, afirmou Barroso na carta.
O ministro classificou os atentados como um “desencontro político e espiritual com a índole genuína do povo brasileiro”. Para ele, relembrar o episódio é uma forma de garantir que, embora seja necessário virar a página, ela não seja "arrancada da história".
Narrativas falsas e resistência democrática - Barroso também alertou sobre o uso de mentiras como estratégia política, ressaltando que há uma tentativa de transformar o enfrentamento ao extremismo em uma falsa imagem de autoritarismo. Segundo ele, essa narrativa é um “disfarce dos que não desistiram das aventuras antidemocráticas” e continua sendo insuflada tanto no Brasil quanto no mundo.
“Não devemos ter ilusões. No Brasil e no mundo está sendo insuflada a narrativa falsa de que enfrentar o extremismo e o golpismo dentro do Estado de Direito constituiria autoritarismo. É o disfarce dos que não desistiram das aventuras antidemocráticas, com violação das regras do jogo e supressão de direitos humanos”, escreveu o ministro.
A carta reforçou a necessidade de vigilância constante em defesa da democracia e dos direitos fundamentais. Barroso enfatizou que a resistência será contínua e que os desafios permanecem. “A mentira continua sendo utilizada como instrumento político naturalizado. Não virão tempos fáceis, mas precisamos continuar a resistir”, concluiu.
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