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    'A democracia brasileira não se abala', garante Cármen Lúcia após atentado ao STF

    Presidindo o TSE, ministra repercutiu o atentado a bomba ocorrido na noite de quarta-feira em frente ao Supremo

    (Foto: José Cruz/Agência Brasil)

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    247 - Na abertura da sessão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) nesta quinta-feira (14), a ministra Cármen Lúcia, presidente da Corte Eleitoral, abordou o atentado que abalou a Praça dos Três Poderes na noite anterior, ao reiterar o compromisso das instituições em preservar a estabilidade democrática no Brasil. “Às vésperas da data da comemoração da Proclamação da República, o Brasil foi dormir preocupado com os acontecimentos que tiveram lugar especialmente na Praça dos Três Poderes e nas imediações do Supremo Tribunal Federal. [...] O Brasil foi dormir preocupado. Nós, cidadãs e cidadãos brasileiros, acordarmos ocupados em manter as nossas funções para a garantia de continuidade estável, segura e contínua das instituições democráticas”, declarou a ministra, sublinhando o papel do Judiciário em sustentar a democracia mesmo diante de atos violentos.

    O episódio envolveu Francisco Wanderley Luiz, conhecido como "Tiu França" nas redes sociais, que detonou explosivos em duas localidades próximas ao STF e à Câmara dos Deputados. Wanderley Luiz, ex-candidato a vereador pelo PL em Rio do Sul (SC), teve uma campanha eleitoral sem sucesso em 2020 e foi o responsável por explosões que chocaram Brasília na noite de quarta-feira (13). De acordo com o boletim de ocorrência da Polícia Civil do Distrito Federal, ele utilizou um carro que explodiu próximo ao Anexo IV da Câmara dos Deputados, e posteriormente, desencadeou um segundo incidente na Praça dos Três Poderes, onde acabou morto.

    Relatos policiais indicam que ele se posicionou em frente ao prédio do STF e, ao exibir objetos suspeitos, incluindo um dispositivo que lembrava um relógio digital, gerou alarme entre os seguranças. Segundo o depoimento registrado no boletim de ocorrência, o homem chegou a deitar no chão e acionou um último artefato, que resultou em sua morte.

    Na sequência dos ataques, a Polícia Federal (PF) e a Polícia Civil do Distrito Federal deram início a investigações para esclarecer as motivações e eventuais conexões com outros grupos ou indivíduos. O atentado, ocorrido próximo a um dos mais importantes símbolos da democracia brasileira, reforçou a necessidade de medidas para conter o extremismo político que tem ganhado espaço no país.

    Na fala da ministra Cármen Lúcia, a resposta ao ataque foi clara: a Justiça brasileira permanece comprometida em seu papel, independentemente de ameaças. “A nós, servidoras e servidores do Judiciário, especialmente, compete continuar nos exercícios das nossas funções para que brasileiras e brasileiros continuem a ir dormir sem preocupação”, afirmou. Ela ainda destacou que “graves acontecimentos não comprometem o que é muito mais sério e de nossa responsabilidade, que é trabalhar para que a democracia brasileira se sustente, como vem se sustentando, sem qualquer tipo de adversação que possa, de alguma forma, abalar a sua estrutura e dinâmica”.

    “As brasileiras e os brasileiros sabem que eventos como o que aconteceram ontem terão a necessária investigação, os procedimentos necessários, aperfeiçoamentos necessários, mas em nada altera o nosso dia a dia”, concluiu Cármen Lúcia, reafirmando que o trabalho da Justiça seguirá com “tranquilidade, destemor e, principalmente, comprometimento com a democracia brasileira”.

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