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    Base aliada do governo defende reforma urgente do Imposto de Renda para rebater onda de ataques da oposição

    Avaliação é de que a oposição venceu o debate e dominou a opinião pública no caso das fake news sobre o Pix, forçando o governo a recuar

    Lula e Fernando Haddad (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)
    Guilherme Levorato avatar
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    247 - A decisão do governo federal de recuar nas novas regras de monitoramento de transações financeiras provocou divisão entre os parlamentares da base aliada. Segundo reportagem do jornal O Globo, parte dos deputados avalia que a desistência fortalece a narrativa da oposição, enquanto outro grupo considera a medida necessária para "limpar" o debate sobre o tema. Independentemente da posição, há consenso entre os governistas de que a polêmica evidencia a urgência da reforma do Imposto de Renda (IR).

    A norma da Receita Federal previa que dados de transações acumuladas acima de R$ 5 mil por mês, realizadas por meio de carteiras digitais e fintechs, fossem repassados ao Fisco. Atualmente, apenas bancos tradicionais têm essa obrigação. A proposta foi alvo de desinformação nas redes sociais, com rumores sobre a possível taxação de transações via Pix. Mesmo após o esclarecimento sobre a gratuidade do serviço, surgiram novas preocupações de que pequenos empreendedores pudessem ser prejudicados e cair na malha fina do IR devido às inconsistências nas declarações.

    O deputado Carlos Zarattini (PT-SP) defendeu o recuo: "o governo fez certo. Agora, vai ter que arrumar a casa antes de voltar a falar no monitoramento das fintechs. A medida provisória vai garantir em lei a gratuidade do Pix". Por outro lado, o deputado Jilmar Tatto (PT-SP) criticou a decisão: "achei um erro o recuo".

    Aliados do governo reconhecem que houve demora em identificar que o principal incômodo popular não estava na suposta taxação, mas sim no risco de aumento de cobranças no IR. Críticas também recaem sobre a forma como a proposta foi apresentada, atribuída a burocratas da Receita, sem avaliação política prévia.

    Para o vice-líder do governo na Câmara, Rubens Pereira Jr (PT-MA), a decisão foi acertada: "essa discussão estava contaminada por desinformação em um nível quase criminoso. Muita gente surfando na onda do trauma que as pessoas têm da CPMF e querem espalhar mentiras pela internet".

    Diante da polêmica, parlamentares governistas cobram que o governo federal avance rapidamente com a proposta de reforma do IR, incluindo a prometida isenção para rendimentos de até R$ 5 mil mensais. Essa medida, promessa de campanha do presidente Lula (PT), ainda não saiu do papel. No fim de 2023, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), chegou a sugerir que a mudança poderia ser incluída no pacote de corte de gastos encaminhado ao Congresso.

    Deputados da base aliada defendem que a reforma do IR venha acompanhada da atualização das faixas progressivas de cobrança e de uma maior tributação sobre dividendos e grandes fortunas, equilibrando o sistema tributário. A expectativa é de que essa proposta permita ao governo retomar a ofensiva nas redes sociais e fortalecer sua narrativa diante da oposição.

    Embora reconheçam a necessidade de monitorar transações de fintechs no futuro, parlamentares avaliam que o tema precisa ser debatido com cautela e participação ativa do Congresso Nacional. A estratégia é evitar novos desgastes e garantir apoio político para implementar mudanças que fortaleçam a arrecadação sem penalizar pequenos empreendedores e a população em geral.

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