Diante de atrito com o Congresso, Lula deve se reunir com Pacheco e Lira nesta semana
Encontro deve ocorrer em meio a uma escalada da crise na articulação do governo com o Congresso. Temor é de que o Planalto sofra novas derrotas no Legislativo
247 - O Palácio do Planalto espera que a reunião entre o presidente Lula (PT) e os presidentes da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), e do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), ocorra ainda nesta semana. A data, no entanto, ainda não foi marcada, segundo o jornal O Globo.
A decisão de promover o encontro foi tomada em meio a uma escalada da crise na articulação do governo com o Congresso. O auge foi o conflito entre Lira e o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha (PT), criticado publicamente pelo parlamentar.
Aliados e auxiliares diretos do presidente passaram a temer que os problemas na relação entre os Poderes se aprofundem, com risco de novas derrotas no Parlamento. Interlocutores próximos ao presidente avaliam que o modelo em que o ministro da Casa Civil, Rui Costa (PT), negocia com Lira, enquanto Padilha trata com os líderes partidários, não funciona.
Por isso, aliados enxergam a necessidade de Lula entrar em ação para alinhar os ponteiros. O presidente já havia feito esse movimento em fevereiro e no começo de março, momento em que atuou diretamente para azeitar a relação do governo com o Congresso na largada do ano legislativo.
A ofensiva para tentar melhorar a relação com os parlamentares deve incluir ainda reuniões do presidente com os vice-líderes do governo na Câmara e no Senado. No grupo, estão deputados e senadores de partidos com representação no Ministério, como MDB, PSD, PSB, União Brasil e PP. Assim, os encontros seriam uma forma de ampliar o contato direto de Lula com a base — haverá ainda uma nova rodada com os líderes.
O presidente e seus auxiliares definiram ainda que vão fazer uma mobilização para impedir a aprovação da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) que estabelece a volta do quinquênio, benefício dado a juízes e promotores a cada cinco anos com aumento de 5% do salário. Pelo plano traçado, governadores, inclusive de oposição, serão procurados para serem convencidos a atuarem contra o texto com o argumento de que o benefício poderia afetar os cofres estaduais e gerar efeito cascata sobre o salário de servidores.
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