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    Moraes autoriza PF a investigar bolsonarista Carla Zambelli por suspeita de envolvimento em trama golpista

    Deputada teria intermediado viagem de uma blogueira à Espanha para elaborar um dossiê em que acusava, sem provas, o PT de receber dinheiro do narcotráfico

    Carla Zambelli e Alexandre de Moraes (Foto: Michel Jesus/Câmara dos Deputados | Carlos Moura/SCO/STF)

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    247 - O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes determinou a abertura de uma nova investigação contra a deputada federal bolsonarista Carla Zambelli (PL-SP). A medida foi tomada a pedido da Polícia Federal (PF), que identificou o envolvimento de Zambelli em uma suposta trama golpista para manter Jair Bolsonaro (PL) no poder.

    Segundo o g1, a parlamentar teria atuado na intermediação de uma viagem de uma influenciadora à Espanha para tratar com o general venezuelano Hugo Carvajal, que estava preso na Espanha, informações de um suposto financiamento do governo venezuelano para partidos e políticos de esquerda em países da Europa e da América Latina, incluindo o PT e o então candidato à presidência, Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

    De acordo com a PF, ao retornar para o Brasil a influenciadora teria repassado um dossiê do caso ao então Ministro da Justiça, Anderson Torres, que determinou a abertura de um inquérito pela PF sobre o assunto. A investigação foi iniciada após o presidente Jair Bolsonaro mencionar a delação de Carvajal durante uma reunião ministerial em 5 de julho de 2022. Esse encontro fundamentou uma operação da PF contra militares e ex-ministros de Bolsonaro, pela suspeita de participarem de uma tentativa de golpe de Estado.

    Na ocasião, Bolsonaro contou que Carvajal disse que, durante 10 anos, abasteceu com dinheiro do narcotráfico líderes de esquerda, incluindo Lula da Silva, Cristina Kirchner e Evo Morales. Segundo a investigação da PF, Zambelli intermediou a viagem um mês antes dessa reunião ministerial.

    A PF alega que a investigação determinada por Torres foi formalizada rapidamente para conferir credibilidade às narrativas propagadas pela "milícia digital" contra Lula, principal opositor político de Bolsonaro, visando "obter vantagem de natureza eleitoral às vésperas do pleito de 2022". Para a PF, há indícios de desvio de finalidade da investigação no contexto das eleições presidenciais, com participação de Carla Zambelli nos fatos apurados e no uso da estrutura do Estado para fins ilícitos.

    Na decisão, ainda conforme a reportagem, Alexandre de Moraes afirmou que os elementos apresentados pela PF mostram conexão entre os inquéritos das fake news, da milícia digital, da suposta tentativa de golpe e o que apura os atos golpistas de 8 de janeiro de 2023, quando as sedes dos Três Poderes foram invadidas e depredadas por militantes bolsonaristas e de extrema direita. Jair Bolsonaro, militares e aliados seguem sob investigação no STF.

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