Presidente do BRB diz que decisão de compra do Master foi técnica
Paulo Henrique Costa afirma que aquisição de 58% do Banco Master seguiu critérios estratégicos e excluiu carteiras de risco
247 — O presidente do Banco de Brasília (BRB), Paulo Henrique Costa, afirmou em entrevista ao jornal Estado de S. Paulo que a decisão de adquirir 58% do Banco Master foi baseada em critérios técnicos e estratégicos, e não motivada por pressões políticas. Segundo ele, a operação representa uma aposta em complementariedades entre os dois bancos, com foco na expansão nacional do BRB e entrada em novos segmentos de atuação.
A compra — que ainda depende da aprovação do Banco Central e do Cade — abrange apenas os ativos considerados sinérgicos com o modelo de negócios do BRB, como crédito consignado, middle e corporate banking, mercado de capitais, câmbio e banco digital. Ficaram de fora carteiras de precatórios, direitos creditórios e outras operações de risco, num total estimado em R$ 23 bilhões.
“Todo o processo de análise do Master passou por uma diligência bastante robusta, ainda não foi concluída, mas está muito perto da conclusão, e isso permitiu que nós identificássemos os ativos que fazem sentido para esse novo modelo de negócio BRB e Master”, disse Costa.
Estratégia de crescimento nacional
Paulo Henrique Costa enfatizou que a decisão de buscar parcerias foi motivada pela ambição de expandir o BRB além do Distrito Federal. Segundo ele, alguns segmentos — como operações internacionais, corporate e câmbio — demandavam competências que o banco ainda não possuía internamente.
“Mesmo o cartão de crédito consignado, que foi lançado nos últimos anos, a gente não conseguiu fazer os desenvolvimentos de tecnologia na velocidade que precisava para ser competitivo”, afirmou.
O BRB iniciou em 2024 a compra de carteiras do Master e, após avaliar o desempenho e a estrutura da instituição, viu potencial para uma parceria mais ampla. A proposta evoluiu para uma operação societária após o próprio Banco Master sinalizar interesse em janeiro de 2025.
Governança e exclusões
O contrato prevê que o BRB passe a deter 58% do capital do Banco Master, sendo 49% em ações ordinárias e 100% das preferenciais. Isso garante à instituição pública ampla participação nos órgãos de governança, com direito a indicar praticamente metade menos um dos membros da diretoria, conselho de administração, conselho fiscal e comitê de auditoria.
Empresas e carteiras que não atendem aos critérios do BRB serão excluídas da transação. “Esses ativos precisam ser retirados do contexto do Master e do escopo da nossa operação antes do BRB entrar”, explicou Costa. Entre as entidades excluídas estão o Voiter, a Cover e o Banco Master BI.
Participação de Daniel Vorcaro
Apesar de a instituição adquirida ser o Banco Master, o atual presidente da instituição, Daniel Vorcaro, continuará no grupo, assumindo uma posição no conselho de administração. A presidência executiva será alternada entre indicações do BRB e do Master.
“A principal razão de a gente fazer a transação é o BRB passar a atuar em segmentos que hoje a gente não domina. Essa expertise que existe instalada no Master tem valor para a gente”, justificou o presidente do BRB.
Modelo de pagamento e perspectivas
O valor da transação será pago em partes: 50% à vista, no fechamento da operação, e até 50% poderá ser retido em uma conta escrow por até seis anos, para cobrir possíveis contingências. Caso haja saldo, o restante será quitado em dois anos.
Sobre o prazo de aprovação, Costa disse que espera uma tramitação rápida no Cade, mas não arrisca previsão sobre o Banco Central, que costuma conduzir esse tipo de análise com cautela e rigor.
“Quando a gente puder comunicar ao mercado o escopo exato da transação, vai ficar muito claro o quanto esse banco é competitivo”, concluiu Costa.
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