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Apagão em SP chega ao terceiro dia com mais de meio milhão de imóveis sem energia

Enel sob pressão após críticas de autoridades e impactos generalizados. Aneel e Procon cobram explicações

Apagão em São Paulo (Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil)

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247 - No terceiro dia de um apagão que afeta São Paulo e a região metropolitana, mais de 537 mil imóveis permanecem sem energia elétrica, de acordo com dados divulgados pela Enel na manhã desta segunda-feira (14), informa a Folha de S. Paulo. A concessionária, responsável pela distribuição de energia na Grande São Paulo, informou que conseguiu restabelecer o fornecimento para 1,5 milhão de clientes. No entanto, apesar do reforço de equipes vindas do Rio de Janeiro e do Ceará, a normalização tem sido gradual e lenta, gerando frustração entre os consumidores.

O impacto é mais severo na capital paulista, onde 354 mil imóveis continuam sem luz. Cidades como Cotia, com 36,9 mil imóveis afetados, Taboão da Serra (32,7 mil) e São Bernardo do Campo (28,1 mil) também seguem registrando grande número de interrupções no fornecimento.

A situação passou a ser observada após o temporal da última sexta-feira (11), que, segundo a Enel, foi responsável por danos em diversas áreas da rede elétrica, obrigando a concessionária a realizar "a substituição de quilômetros de cabos, postes e outros equipamentos" na rede de baixa tensão, a mais atingida pelo fenômeno, ainda de acordo com a Folha de S. Paulo. A empresa informou que os danos em linhas de alta tensão foram resolvidos no sábado (12), mas os problemas na rede de baixa e média tensão são mais complexos e continuam dispersos em várias regiões da área de concessão. 

A concessionária também detalhou que 17 linhas de alta tensão foram afetadas, resultando no desligamento de 11 subestações, situação muito diferente do apagão de novembro de 2023, quando as linhas de alta tensão não sofreram desligamentos de grande impacto. Essas linhas são responsáveis por atender grandes regiões e abastecer subestações que distribuem energia para os consumidores. A Enel, entretanto, não ofereceu um prazo para a normalização completa do serviço, e centenas de milhares de clientes continuam sem energia.

Segundo a concessionária, as rajadas de vento durante a tempestade chegaram a 107 km/h, um dos maiores registros dos últimos anos, e derrubaram árvores e estruturas sobre a rede elétrica, complicando ainda mais o restabelecimento da energia. "Diversos trechos da rede elétrica foram completamente destruídos, principalmente na capital e na região metropolitana", informou a empresa.

Os prejuízos causados pelo apagão vão além da falta de energia. Comércios, como bares e restaurantes, não puderam abrir durante o fim de semana, e moradores relataram quedas de árvores sobre veículos e fachadas de prédios danificadas pelos ventos. O temporal deixou um saldo trágico de sete mortos no estado, de acordo com a Defesa Civil. As mortes ocorreram na capital, em Bauru, Diadema e Cotia, causadas principalmente por quedas de árvores e desabamentos.

Além das consequências para a população, o apagão gerou desdobramentos políticos. O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), e o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira (PSD), trocaram acusações sobre a responsabilidade pela crise. Tanto Nunes, que é candidato à reeleição, quanto o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), pediram o fim do contrato de concessão da Enel, criticando a empresa por sua resposta lenta. O governo federal, através da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), também considerou insuficiente a atuação da Enel e afirmou que poderá rever os direitos de concessão da companhia. O Procon-SP, por sua vez, notificou a Enel exigindo explicações sobre a demora na solução do problema.

A Enel continua sendo pressionada pelas autoridades e pela população, enquanto busca concluir os reparos em meio a críticas cada vez mais severas e a expectativa de uma solução definitiva para o apagão.

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