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OAB-SP vê "retrocessos" e "instrumentalização" da PM de São Paulo na gestão Tarcísio-Derrite

Seccional paulista da OAB criará uma comissão especial para tentar frear retrocessos que diz ver nas polícias de São Paulo. Comissão será presidida por Alberto Zacharias Toron

Deputado Capitão Derrite e Tarcísio de Freitas (Foto: ABR)

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247 - Em resposta às recentes mudanças na política de segurança pública do estado, a seccional paulista da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-SP) anunciou a criação de uma comissão especial para monitorar e frear o que considera retrocessos nas forças policiais paulistas. A iniciativa é liderada pelo advogado Alberto Zacharias Toron e visa envolver diversos setores da sociedade civil, informa a Folha de S. Paulo.

A formação da comissão surge em um momento de crescente preocupação com a administração da segurança pública pelo governo de Tarcísio de Freitas (Republicanos). Entre as questões que alarmaram a OAB-SP estão a suposta descontinuação de políticas para reduzir a letalidade policial e a intervenção direta do secretário de Segurança Pública, Guilherme Derrite, na hierarquia da Polícia Militar.

Para Toron, a decisão de estabelecer a comissão foi impulsionada por mudanças significativas que apontam para um aumento na letalidade das ações policiais. “A Polícia Militar vinha desenvolvendo um programa para diminuir a letalidade nas ações policiais. O que a gente vê, a partir dessa reforma empreendida pelo secretário, é que se abandonou esse programa, feito a duras penas, uma verdadeira conquista”, afirmou o advogado.

Uma das mudanças mais controversas é a proposta do governo de adotar câmeras corporais nas PMs com a opção de ligar e desligar o dispositivo, uma prática que contrasta com o sistema de gravação contínua atualmente em vigor. Toron critica a iniciativa, considerando-a um sinal de retrocesso nas práticas de ação policial. “Isso é muito ruim, é um indicador, uma sinalização de um retrocesso em termos da ação policial. Nos parece muito ruim, nos preocupa, e nós vamos trabalhar essas e outras questões junto a outras entidades”, declarou.

Outro ponto de tensão é a reestruturação na liderança da Polícia Militar promovida por Derrite, que deslocou 34 coronéis e nomeou apenas oficiais alinhados a ele, muitos com experiência na Rota, a tropa de elite da PM conhecida por seus altos índices de letalidade. Toron descreve essa movimentação como uma “instrumentalização da polícia” e expressa preocupação de que a PM se torne uma força mais letal e menos eficaz no policiamento preventivo.

A comissão também deve abordar a crescente rivalidade entre as polícias Civil e Militar, particularmente no que diz respeito à elaboração de Termos Circunstanciados pelos policiais militares, uma função que, segundo Toron, deveria ser exclusiva da Polícia Civil.

A gestão Tarcísio de Freitas defende que tem investido na modernização e aprimoramento das políticas de segurança pública, destacando a manutenção de baixas taxas de homicídios e a redução significativa de crimes violentos e contra o patrimônio. Em nota, o governo ressaltou as quedas em alguns indicadores: “no ano passado, houve queda nas mortes intencionais, latrocínios, lesão corporal seguida de morte e em todas as modalidades de roubos. Nos primeiros quatro meses de 2024, a tendência se manteve, com recuo nos indicadores de homicídios, estupros, e nos furtos e roubos em todas as suas modalidades”, declarou o governo.

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