Secretário de Segurança de Tarcísio, Derrite foi investigado por 16 homicídios
Secretário de Segurança Pública de São Paulo teria participado de ações policiais que resultaram nas mortes. Apesar de investigado, em sete inquéritos, ele nunca foi denunciado
247 - O secretário de Segurança Pública de São Paulo, Guilherme Derrite, foi investigado por 16 homicídios ocorridos durante operações policiais das quais participou, diz reportagem da revista Piauí publicada nesta sexta-feira (3). O levantamento foi feito com base em dados a partir da certidão criminal de Derrite, apresentada ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) durante sua candidatura a deputado federal.
De acordo com a reportagem, Derrite esteve presente em intervenções policiais que resultaram em um total de dez homicídios em um período de apenas três anos e nove meses. Além disso, um sétimo inquérito, não mencionado na certidão entregue ao TSE, revelou mais seis mortes em uma operação que ele comandou, onde também três policiais militares foram presos por tortura e assassinato.
Embora os inquéritos nem sempre apontem o autor do disparo fatal, a presença de Derrite nas ações policiais levanta questionamentos sobre seu papel nessas operações. “O atual secretário de Segurança Pública foi investigado em todos esses sete inquéritos, mas nunca foi denunciado”, destaca a reportagem.
Ainda segundo a Piauí, há um padrão nos casos investigados, onde as vítimas, todos homens com ficha criminal por roubo ou uso de drogas, sempre foram alvejadas em órgãos vitais, como coração ou pulmão, e supostamente atiram contra os policiais sem sucesso. Raramente há testemunhas civis dos ocorridos.
Além disso, a matéria faz referência a denúncias de que Derrite teria feito parte de um grupo de extermínio em Osasco chamado "Eu Sou a Morte". Em depoimentos prestados à Defensoria Pública do Estado de São Paulo, Wallace Oliveira Faria, que cumpre pena de 102 anos de prisão no presídio de Tremembé, afirmou que as operações do grupo eram conhecidas por Derrite, que tinha "comando total".
O grupo de extermínio supostamente era composto por dois batalhões da PM, o 42º e o 14º, este último do qual Derrite fazia parte antes de integrar a Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar (Rota), unidade de elite da Polícia mIlitar de São Paulo.
Em resposta, Derrite disse em nota que lamenta que "as acusações infundadas, colocadas a partir da denúncia de um criminoso que cumpre pena neste momento, tenham espaço".
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