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      'Toda operação policial termina vazando', afirma Cláudio Castro em tom de crítica

      Para o governador, os avisos que são necessários dar a órgãos da sua gestão atrapalham o sigilo de uma investigação e dificultam o combate à violência

      Claudio Castro (Foto: Fernando Frazão / Agência Brasil)
      Leonardo Lucena avatar
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      247 - O governador do estado do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), comentou sobre a Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) 635, conhecida como "ADPF das Favelas", tema que voltou a ser analisado por ministros do Supremo Tribunal Federal no dia 5. O PSB apresentou a proposta e afirmou que o objetivo era reduzir a letalidade policial no estado do Rio.

      O chefe do Executivo fluminense sinalizou que a quantidade de avisos atrapalha o sigilo de uma investigação, porque bandidos ficam sabendo das apurações com antecedência e, por consequência, dificultam as ações do poder público no combate à criminalidade. Castro afirmou que, a cada operação, é preciso avisar dez órgãos públicos, como Secretaria de Saúde, de Educação, Ministério Público e outros.

      “A polícia está trabalhando, mas a ADPF das Favelas, a ADPF 635, impôs regras para que a polícia entre nas comunidades. Para que a polícia entre, tem que acontecer algo extraordinário. Faz isso na Zona Sul. O pobre deixou de ter o direito de ter a polícia todo dia. As facções dominaram os territórios. Estão me perguntando se as operações estão vazando. É claro que vazam. Eu preciso avisar a dez órgãos, como não vai vazar? Toda operação vaza. Não tem mais como ter segredo”, afirmou no Debate 93, da Rádio 93 FM RJ.

      Em outubro, o Fórum Brasileiro de Segurança Pública recomendou que o estado do Rio de Janeiro reduzisse a letalidade policial em 66% para chegar a níveis aceitáveis em uma democracia e que fossem próximos da média nacional. O número de mortes decorrentes de intervenção policial no Rio foi de 1.814 em 2019 para 871 em 2023. O estado tinha uma taxa de 11,3 mortes por 100 mil pessoas em 2019 e chegou a 5,4 mortes por 100 mil em 2023. A média nacional ficou entre 3,2 e 3,1 nesse mesmo período.

      Sobre o perfil das vítimas, 99,6% eram do sexo masculino, 54,5% tinham entre 12 e 24 anos, e o número de pessoas negras mortas era 6,4 vezes superior ao de pessoas brancas em 2023.

      O fórum disse que a ADPF "desempenha papel fundamental para consolidar mecanismos de controle, fiscalização e transparência na atividade policial".

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