Polícia conclui que Deise dos Anjos envenenou e matou quatro familiares no RS

247 - A Polícia Civil do Rio Grande do Sul concluiu que Deise Moura dos Anjos foi responsável pelo envenenamento e morte de quatro familiares em Torres, no Litoral Norte do estado. As conclusões foram apresentadas em entrevista coletiva nesta sexta-feira (21). De acordo com o inquérito, três das vítimas faleceram em dezembro de 2024 após consumirem um bolo contaminado com arsênio, enquanto o sogro de Deise morreu três meses antes, após ingerir alimentos também envenenados. As informações são do portal G1.

Deise foi presa temporariamente em 5 de janeiro deste ano e encontrada morta em sua cela na Penitenciária Estadual Feminina de Guaíba, em 13 de fevereiro. Com o falecimento da suspeita, o Código Penal prevê a extinção da punibilidade, e o Ministério Público deverá arquivar o processo. "Ela é a única autora desse fato criminoso. E por isso, em razão do seu falecimento, levou à extinção da punibilidade", explicou o chefe da Polícia Civil, delegado Fernando Sodré.

A investigação descartou motivação financeira para os crimes, apontando uma possível perturbação mental como causa. "A única conclusão que chegamos é que ela tinha uma grave perturbação mental. Até se cogitou motivação financeira, mas, quando descobrimos que tentou matar marido e filho, a motivação financeira foi descartada", afirmou a delegada regional do Litoral Norte, Sabrina Deffente.

Durante a apuração, foram encontrados recados escritos por Deise enquanto estava detida. Em um dos trechos, ela expressa ressentimento em relação à sogra, Zeli dos Anjos: "Muito obrigada por esses 20 anos que fez da minha vida de casada um inferno, mais uma vez eu sou a vilã e você a mocinha".

O caso teve início em dezembro de 2024, quando três mulheres morreram após consumirem um bolo com arsênio durante um encontro familiar em Torres. As vítimas foram as irmãs Maida Berenice Flores da Silva e Neuza Denize Silva dos Anjos, além de Tatiana Denize Silva dos Anjos, filha de Neuza. A sogra de Deise, Zeli dos Anjos, que preparou o bolo e também o consumiu, sobreviveu após ser hospitalizada. Três meses antes, o sogro de Deise havia falecido após ingerir bananas e leite em pó envenenados, levados por ela.

A polícia ainda investiga como Deise conseguiu adquirir arsênio com facilidade, dado que a legislação exige procedimentos rigorosos para a compra da substância. Com a conclusão do inquérito e a morte da suspeita, o caso será arquivado, encerrando as investigações sobre os envenenamentos que abalaram a comunidade local.