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Brasil quer ampliar parceria com o Peru para viabilizar rota direta de exportações para a Ásia

A saída das exportações brasileiras será pelo porto de Chancay, que está sendo construída pela China; Lula visitará o Peru em novembro

Luiz Inácio Lula da Silva e Dina Boluarte (Foto: Reuters)

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LIMA (Reuters) – O Peru deveria viabilizar um acordo firmado há anos com o Brasil para impulsionar o comércio bilateral, disse nesta quarta-feira o embaixador brasileiro em Lima, enquanto se aguarda com expectativa a operação de um megaporto com rota direta para a Ásia.

Clemente Baena Soares afirmou em uma entrevista à Reuters que o Brasil está disposto a aumentar seus investimentos no país e que a planejada visita em novembro do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao Peru poderia promover uma maior integração entre as nações.

"Não tenho dúvidas de que, se tivermos um acordo comercial funcionando... o comércio vai crescer muito mais, inclusive mais exportações do Peru para o Brasil", disse o diplomata na sede da embaixada em Lima.

Os governos de ambos os países assinaram em 2016 um "Acordo de Aprofundamento Econômico Comercial", que ainda não foi aprovado pelo Congresso peruano por aguardar um regulamento e um protocolo anticorrupção.

O pacto assinado não é um Tratado de Livre Comércio (TLC), como o Peru tem com outros 22 países, mas poderia ser no futuro, disse o embaixador.

Baena Soares disse que o Congresso brasileiro assinou em 2017 o acordo e que está disposto a aceitar o protocolo anticorrupção e a negociar outros pedidos do Peru, relacionados a compras estatais e a identificação de novos produtos.

O Peru tem sido mais cauteloso em relação às empresas brasileiras após um escândalo de corrupção da construtora Odebrecht, envolvendo vários presidentes do país.

O comércio bilateral entre Peru e Brasil somou cerca de 5,220 bilhões de dólares no ano passado, com uma balança amplamente deficitária para o país andino, segundo dados oficiais.

O Brasil é o terceiro país da América Latina com mais investimentos no Peru, principalmente em mineração e infraestrutura.

O diplomata disse também que para aproveitar melhor o megaporto de Chancay, construído pela chinesa Cosco Shipping, o Brasil espera que o governo peruano elimine os limites no volume de carga que transportadoras brasileiras têm em uma via que une os dois países.

"Há muito interesse por parte das transportadoras brasileiras. Não há razão para um limite, queremos um maior comércio com o Peru", acrescentou o embaixador.

"O megaporto de Chancay abrirá uma janela maior de possibilidades", afirmou Baena Soares, frente à expectativa brasileira de usar o terminal marítimo como porta de saída para a China. Isso representaria uma economia de duas semanas no transporte de produtos, sem passar pelo canal do Panamá.

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