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    Bolsonaristas e familiares de investigados pelo 8 de janeiro planejam ato em contraposição ao governo e STF

    Ato prevê 'superlive' para denunciar supostas irregularidades nos processos, além de abordar o projeto de anistia para os envolvidos na trama golpista

    (Foto: Marcelo Camargo/Ag. Brasil)
    Redação Brasil 247 avatar
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    247 - A Associação dos Familiares e Vítimas do 8 de Janeiro organiza, para esta quarta-feira (8), um ato virtual em memória dos dois anos dos atos golpistas do dia 8 de janeiro de 2023, em um esforço de contraposição aos atos que serão realizados pelo Palácio do Planalto e pelo Supremo Tribunal Federal (STF). 

    Segundo a coluna do jornalista Caio Junqueira, da CNN Brasil, o ato prevê uma live de oito horas, intitulada “08 de janeiro: 2 anos de farsa”, onde o grupo abordará oito temas, com destaque para o número de julgamentos, supostas irregularidades nos processos e a situação dos investigados que fugiram do Brasil para a Argentina e outros países.

    O advogado da associação, Ezequiel Silveira, disse que "a ideia é essa: não deixar passar em branco a data. O governo e o STF vão tentar fortalecer a narrativa deles e nós faremos o contraponto de como esses processos contêm abusos e irregularidades e que, a pretexto de defender a democracia, esse consórcio entre STF e Planalto está acabando com a democracia”.

    Entre os temas discutidos estarão as ações penais abertas (1.552), as condenações (371), os acordos de não persecução penal (527), e os presos provisórios (78). O grupo também pretende abordar as nulidades nos processos e as condições de detenção, com relatos de casos de presos doentes, alguns dos quais faleceram.

    Em outro bloco, a live discutirá o impacto dos acontecimentos de 8 de janeiro nos Estados Unidos e o andamento das denúncias internacionais feitas na Organização dos Estados Americanos (OEA). A transmissão também abordará o projeto de lei de anistia aos envolvidos nos atos golpistas do 8 de janeiro e contará com a participação de parlamentares bolsonaristas e de extrema direita, como os senadores Eduardo Girão (Novo-CE) e Magno Malta (PL-ES), além dos deputados Marcel Van Hatten (Novo-RS), Bia Kicis (PL-DF), Julia Zanatta (PL-SC) e Rodrigo Valadares (União-SE).

    Do outro lado, o ato que marcará os dois anos dos ataques às sedes dos Três Poderes será realizado no Palácio do Planalto e contará com a presença de ministros, presidentes dos Poderes e governadores. Durante a cerimônia, serão exibidas as obras de arte restauradas após a depredação ocorrida em 2023. Além disso, haverá um abraço simbólico da Praça dos Três Poderes, organizado pela Frente Brasil Popular, em apoio aos movimentos sociais que lutam pela democracia e contra o autoritarismo.

    “Trata-se da construção de uma memória coletiva, para que a tentativa de tomada violenta do poder nunca mais seja cogitada por quem quer que seja. Como havia assinalado o presidente Lula em seu discurso de posse, se antes dizíamos ditadura nunca mais, agora é a vez de garantir democracia para sempre", disse o advogado-geral da União, Jorge Messias, sobre o ato em memória dos ataques golpistas de 8 de janeiro

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