Reforma do IR: Haddad diz haver 'super-representação dos super-ricos' no Congresso
Ministro da Fazenda, porém, ressaltou que "muita gente ali, empresário, fazendeiro, vai votar a favor desse projeto, porque sabe que ele é justo"
247 - O ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), afirmou nesta quinta-feira (20) que acredita na aprovação pelo Congresso Nacional do projeto de lei que isenta o Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil por mês e estabelece um imposto mínimo para milionários. Segundo ele, mesmo com a forte presença de “super-ricos” no Parlamento, a medida é justa e necessária.
"Tem super-ricos no Congresso Nacional. Não tem só parlamentar com mandato popular. Aliás, não é a maioria da população que está representada no Congresso [...] Os super-ricos estão super-representados no Congresso", afirmou Haddad durante participação no programa Bom Dia, Ministro, da Empresa Brasil de Comunicação (EBC), de acordo com a Folha de S. Paulo.
O projeto prevê a criação de um imposto mínimo de 10% para pessoas com rendimentos anuais superiores a R$ 1,2 milhão, afetando cerca de 141,4 mil contribuintes de alta renda que atualmente pagam uma alíquota efetiva média de apenas 2,5%. A medida busca corrigir distorções do sistema tributário, no qual os assalariados podem pagar até 27,5% de IR, enquanto os mais ricos concentram sua renda em lucros e dividendos isentos.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) apresentou o projeto ao Congresso na última terça-feira (18), destacando que a isenção do IR para rendimentos de até R$ 5 mil era uma promessa de campanha do presidente. Segundo estimativas, a medida beneficiará cerca de 10 milhões de brasileiros, e aqueles que ganham até R$ 7 mil também pagarão menos tributos. Para viabilizar essa mudança, o governo abrirá mão de R$ 25,8 bilhões em receitas.
Apesar da resistência de setores do Congresso, o ministro afirmou que até parlamentares da base empresarial devem apoiar a proposta. "Muita gente ali, empresário, fazendeiro, vai votar a favor desse projeto, porque sabe que ele é justo, sabe que tem que ter um imposto mínimo para super-ricos, que é de 10%. O trabalhador paga até 27,5%", argumentou Haddad, segundo a reportagem.
O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), já sinalizou a possibilidade de alternativas, como a redução de outros incentivos tributários, para compensar a elevação da faixa de isenção do IR.
Entretanto, Haddad demonstrou confiança na aprovação da medida. "Não vai ter argumento para não aprovar essa medida. Não consigo enxergar alguém da extrema-direita subir na tribuna e justificar a cobrança de Imposto de Renda de quem ganha até R$ 5.000", concluiu o ministro.
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