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      Comissão do Senado aprova Lei da Reciprocidade, em resposta à guerra comercial de Trump

      Proposta teve apoio da bancada ruralista e do governo Lula e responde à ofensiva tarifária de Donald Trump contra exportações brasileiras

      Presidente Donald Trump na Casa Branca (Foto: REUTERS/Evelyn Hockstein)
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      Por Ricardo Brito

      BRASÍLIA (Reuters) - Uma comissão do Senado aprovou nesta terça-feira projeto que estabelece critérios para a reação do Brasil a barreiras e imposições comerciais de nações ou blocos econômicos contra o país, como o tarifaço que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, tem imposto a setores e produtos globalmente, e que também já atingiu o Brasil.

      O texto, de autoria do senador oposicionista Zequinha Marinho (PL-PA), contou com apoio tanto de senadores da base como da oposição ao passar pela Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) em regime terminativo -- ou seja, se não houver recurso para apreciação em plenário, seguirá diretamente à Câmara dos Deputados.

      A proposta estabelece medidas de resposta a decisões unilaterais de outros países que impactem negativamente a competitividade brasileira.

      A relatora da proposta, a também senadora oposicionista Tereza Cristina (PP-MS), disse que a legislação não é apenas referente aos Estados Unidos, mas contempla todos os mercados com os quais o Brasil faz comércio exterior.

      "Não é uma retaliação, é uma proteção quando os produtos brasileiros forem retaliados", afirmou.

      Com a proposta, o Brasil terá a possibilidade de adotar contramedidas na mesma base das determinações adotadas contra o país, segundo a senadora.

      Ex-ministra da Agricultura do governo Bolsonaro, a senadora disse que atualmente o Brasil tem um "problema sério" com a União Europeia no setor agropecuária que afeta diretamente os produtos brasileiros, e também lembrou que deve haver um pacote tarifário de Trump contra o país.

      "Aí então o governo brasileiro tem ferramentas para contrapor quando essas medidas forem desarrazoadas ao nosso mercado", destacou.

      O líder do governo no Congresso, senador Randolfe Rodrigues (PT-AP), defendeu que a proposta é um "excelente texto". Randolfe disse que vai buscar o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), para pedir tramitação em regime de urgência do texto na Casa e que vá ao plenário para apreciação dos deputados já na quarta-feira.

      O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Geraldo Alckmin, elogiou a aprovação da proposta.

      "Ter um arcabouço jurídico-legal é positivo", disse em entrevista a jornalistas ao participar de feira do setor de defesa no Rio de Janeiro. "A iniciativa do Senado procura preservar o interesse do Brasil".

      (Reportagem de Ricardo Brito. Reportagem adicional de Rodrigo Viga Gaier, no Rio de Janeiro. Edição de Pedro Fonseca)

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