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      Em meio ao tarifaço de Trump, Câmara Americana de Comércio revela que 48% das exportações dos EUA ao Brasil não sofrem taxação

      Segundo a Amcham, embora a tarifa média de importação brasileira para o mundo seja de 12,4%, o imposto médio sobre as importações dos EUA é de 2,7%

      Navios no Porto de Santos 01/05/2024 REUTERS/Amanda Perobelli (Foto: Amanda Perobelli)
      Paulo Emilio avatar
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      247 - A Câmara Americana de Comércio para o Brasil (Amcham Brasil) informou nesta sexta-feira (14) que, embora a tarifa média de importação brasileira para o mundo seja de 12,4%, o imposto médio efetivo sobre as importações americanas é de 2,7%. Segundo o G1, a entidade observa que essa diferença ocorre porque grande parte do que o Brasil importa dos EUA é isenta de imposto – aeronaves e peças, petróleo bruto e gás natural, por exemplo; mesmo quando há uma alíquota vigente, existem regimes aduaneiros especiais – "drawback", ex-tarifário e Recof, por exemplo – que reduzem ou até eliminam por completo a cobrança nos itens trazidos dos EUA.

      "Como resultado, mais de 48% das exportações americanas para o Brasil entram sem tarifas, e outros 15% estão sujeitos a alíquotas de no máximo 2%", informou a Amcham Brasil.

      Nesta quinta-feira (13), o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou um memorando que determina a cobrança de tarifas recíprocas a países que aplicam taxas de importação sobre produtos americanos. Isso significa que as tarifas aplicadas por esses países serão correspondidas pelos Estados Unidos em suas importações. 

      Entre os exemplos para a política de tarifas recíprocas, o governo dos EUA cita o etanol brasileiro: "a tarifa dos EUA sobre o etanol é de apenas 2,5%. No entanto, o Brasil cobra uma tarifa de 18% sobre as exportações de etanol dos EUA. Como resultado, em 2024, os EUA importaram mais de US$ 200 milhões em etanol do Brasil, enquanto exportaram apenas US$ 52 milhões em etanol para o Brasil." 

      Em resposta, o ministro de Minas e Energia do Brasil, Alexandre Silveira, afirmou que uma possível tarifa dos EUA sobre o etanol brasileiro seria "desarrazoada". Ele destacou que, para que a medida seja justa e recíproca, os EUA deveriam eliminar as tarifas sobre o açúcar brasileiro. Silveira argumentou que os EUA impõem uma tarifa de US$ 360 por tonelada de açúcar importado fora das cotas preferenciais, o que equivale a um imposto de 81,2% considerando os preços de mercado atuais – muito superior à tarifa de 18% do Brasil sobre o etanol. 

      A Amcham Brasil apontou a "necessidade de um diálogo construtivo entre os governos do Brasil e dos Estados Unidos para buscar soluções negociadas e equilibradas". A entidade destacou que a relação econômica e comercial entre os dois países é equilibrada e benéfica para empresas, trabalhadores e consumidores de ambas as nações.

      Dados do Ministério do Desenvolvimento mostram que o Brasil tem registrado déficits comerciais consecutivos com os Estados Unidos desde 2009. Nesse período, as exportações americanas para o Brasil superaram as importações em US$ 88,61 bilhões.

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