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    Em novo recorde histórico, bancos lucraram R$ 144 bilhões em 2023

    No ano anterior, o lucro líquido havia sido de R$ 139 bilhões. Bancos públicos foram os mais rentáveis do mercado

    Moedas de real (Foto: REUTERS/Bruno Domingos)

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    247 - Os bancos brasileiros registraram um desempenho financeiro recorde em 2023. Segundo o último Relatório de Economia Bancária do Banco Central (BC), o lucro líquido do setor bancário atingiu R$ 144 bilhões, superando em 4% os R$ 139 bilhões em 2022, informa o Metrópoles. Esse resultado expressivo ocorre apesar do impacto negativo causado pela descoberta de uma fraude contábil na Americanas, que deixou um buraco fiscal de R$ 25,2 bilhões e afetou significativamente as grandes instituições financeiras do país.

    A crise da Americanas, que abalou gigantes como Bradesco, Itaú, Santander, Banco do Brasil, Safra e Votorantim, não foi suficiente para deter a lucratividade do sistema bancário. Ainda assim, o relatório do BC destaca uma dinâmica variada no mercado de crédito, com os consumidores individuais mostrando maior resiliência em comparação às empresas.

    O crescimento do crédito em 2023 foi impulsionado principalmente pelos empréstimos a pessoas físicas. As taxas de inadimplência nesse segmento apresentaram uma leve redução, mantendo-se em níveis similares aos anos anteriores. Sob diferentes perspectivas geográficas e demográficas, a expansão do crédito foi particularmente notável na Região Norte, ligeiramente mais robusta para mulheres e desacelerou entre os mais jovens. A inadimplência também caiu significativamente no Norte e no Sudeste, com uma queda mais acentuada para pessoas com menos de 24 anos.

    Por outro lado, o crédito às empresas teve uma trajetória menos favorável. A carteira de crédito para pessoas jurídicas desacelerou, e a inadimplência aumentou em todas as regiões e na maioria dos setores econômicos. Regiões como Norte e Centro-Oeste viram um crescimento mais expressivo no saldo de crédito empresarial, com destaque para indústrias extrativas e construção civil.

    Apesar do aumento no lucro, a rentabilidade dos bancos, medida pelo retorno sobre patrimônio (ROE), apresentou uma ligeira queda, fechando 2023 em 14,1%, uma redução de 0,6 ponto percentual em relação ao ano anterior. A análise do BC revela que essa rentabilidade está fortemente ligada ao tamanho da instituição financeira. Bancos maiores conseguem melhores resultados devido a fatores como economias de escala e uma oferta diversificada de produtos e serviços, o que lhes permite operar com custos menores e margens de lucro superiores.

    Os bancos públicos destacaram-se pelo segundo ano consecutivo como os mais rentáveis do mercado, graças a melhorias na eficiência operacional. Em contraste, os bancos privados mantiveram sua eficiência operacional estável.

    No que diz respeito à concentração bancária, o cenário ainda é dominado por quatro grandes instituições: Itaú, Bradesco, Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal. Juntos, eles detêm 55,3% dos ativos, 57,8% do mercado de crédito e 57,9% dos depósitos bancários. No entanto, houve uma leve redução em comparação a 2022, atribuída ao crescimento de cooperativas de crédito e instituições financeiras não bancárias, que têm aumentado sua participação no sistema financeiro.

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