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    "Candidatura de Pablo Marçal deve ser cassada", defende João Cezar de Castro Rocha

    Acadêmico afirma que o coach semeia violência simbólica para colher violência física

    (Foto: Reprodução )

    247 – Durante uma análise sobre os últimos acontecimentos na corrida eleitoral pela Prefeitura de São Paulo, em live transmitida pelo Instituto Cultiva, o professor João Cezar de Castro Rocha defendeu de forma enfática a cassação da candidatura de Pablo Marçal. O debate ocorrido na capital paulista, marcado por uma cena de violência entre Marçal e o apresentador José Luiz Datena, desencadeou uma discussão sobre os rumos da política brasileira e a crescente presença da antipolítica.

    Para João Cezar, a agressão física durante o debate não foi um simples episódio isolado, mas o resultado de uma estratégia intencional de Marçal, que, segundo ele, “semeia violência simbólica para colher violência física”. O professor destacou que essa estratégia, que visa atrair atenção e explorar a vitimização política, reflete um fenômeno mais amplo, onde figuras públicas utilizam as regras das redes sociais e da economia da atenção para obter vantagem política.

    "Eu tenho chamado atenção para isso porque me preocupa muito", afirmou João Cezar. Ele explicou que o acúmulo de violência simbólica, especialmente em um ambiente político polarizado, tende a escalar para agressões físicas, como a que ocorreu no debate. A violência, segundo o acadêmico, é frequentemente usada como um mecanismo para legitimar figuras que lucram politicamente com esses atos, transformando-os em mártires diante de seu público.

    O ponto mais forte da análise de João Cezar foi sua defesa intransigente pela impugnação da candidatura de Marçal. O professor argumenta que o candidato deveria ser considerado inelegível por no mínimo oito anos, devido a uma série de crimes eleitorais, incluindo abuso de poder econômico, uso indevido dos meios de comunicação e desobediência ao Código Eleitoral.

    “O Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo tem uma missão histórica. Se o Pablo Marçal não for tornado inelegível, nós assistiremos a um crescimento desse tipo de comportamento em futuras eleições. Isso seria a destruição da política e da democracia por dentro”, alertou João Cezar.

    Para o professor, a manutenção da candidatura de Marçal poderia abrir um precedente perigoso para o processo eleitoral brasileiro. Ele ressalta que a política estaria cada vez mais dominada por figuras que se alimentam de estratégias midiáticas violentas e sensacionalistas, colocando em risco a própria legitimidade das eleições.

    "Circo de horrores"

    Ao longo da conversa, João Cezar sublinhou que o processo eleitoral não pode ser transformado em um “circo de horrores”. Ele concluiu afirmando que, se medidas não forem tomadas contra Marçal, o Brasil poderá enfrentar uma realidade política ainda mais desoladora nas próximas eleições, com uma proliferação de candidatos que adotam táticas agressivas e antidemocráticas.

    A defesa do professor reflete o clima de tensão que envolve as eleições municipais de São Paulo, e sua análise sobre os riscos da violência simbólica e física no espaço público brasileiro traz à tona uma questão fundamental: até que ponto a justiça eleitoral será capaz de conter a degradação da política em tempos de redes sociais e polarização extrema? Assista:

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