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    Estadão diz que Datena representa a "morte horrível do PSDB"

    Jornal da burguesia paulista enterra de vez o tucanato após a cadeirada de José Luiz Datena

    José Luiz Datena agride Pablo Marçal com cadeira durante debate da TV Cultura com candidatos a prefeito de São Paulo (Foto: Reprodução)

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    247 – O editorial do jornal O Estado de S. Paulo desta quarta-feira trouxe duras críticas ao PSDB e à candidatura de José Luiz Datena à Prefeitura de São Paulo. Intitulado "A morte horrível de um partido político", o texto afirma que o PSDB, outrora sinônimo de progresso e equilíbrio na política brasileira, está morrendo aos poucos, perdendo-se na sua própria falta de rumo e abraçando o que o editorial descreve como "truculência" e "desonra", representadas por seu candidato.

    Segundo o Estadão, Datena não só está destinado a perder as eleições, como sequer deve chegar ao segundo turno, à luz de todas as pesquisas recentes de intenção de voto. O editorial, em tom sombrio, reflete que o destino político do apresentador é irrelevante diante do que ele representa para o partido que o lançou como candidato.

    “Entre a derrota e a desonra, o PSDB escolheu a desonra, mas será derrotado de qualquer maneira”, alfineta o editorial. A crítica vai além da figura de Datena, tocando nas profundas rachaduras internas que corroem o partido desde a ascensão de Aécio Neves e a aproximação com Jair Bolsonaro. Para o jornal, a decisão do partido de manter Datena, mesmo após o episódio em que o candidato agrediu fisicamente Pablo Marçal (PRTB) com uma cadeirada durante um evento, revela o nível de deterioração da legenda.

    O fim de uma era tucana

    O editorial traça uma linha do tempo que remonta aos anos dourados do PSDB, quando lideranças como Fernando Henrique Cardoso, Mário Covas e José Serra simbolizavam o melhor da política nacional, baseando-se em debates programáticos e valores claros. No entanto, esse PSDB parece ter ficado no passado, sendo substituído por uma legenda que, de acordo com o texto, se comporta como "partido nanico" e "sem princípios", em busca desesperada de votos a qualquer custo.

    “Hoje, o que se chama de PSDB não é muito mais do que uma legenda de aluguel”, dispara o Estadão, referindo-se ao modo como o partido teria perdido sua identidade ao permitir que Datena, uma figura conhecida por sua postura agressiva e comentários controversos na mídia, se tornasse seu principal candidato em São Paulo.

    O jornal também destaca a recente declaração de Sérgio Fausto, diretor-geral da Fundação Fernando Henrique Cardoso, que defendeu o voto em Tabata Amaral (PSB) e não no candidato tucano. Essa declaração, segundo o editorial, é um reflexo claro do distanciamento que antigos filiados ao PSDB têm mantido do partido nos últimos anos.

    A decadência sob Aécio Neves e Marconi Perillo

    A responsabilidade pelo declínio do partido é atribuída a Aécio Neves e Marconi Perillo, apontados como os principais responsáveis pela candidatura de Datena e pelo afastamento de figuras históricas e moderadas. “Sob o tacão de Aécio Neves, o PSDB se tornou uma legenda indistinguível de outras que não têm um décimo de realizações a apresentar aos eleitores”, critica o editorial.

    O texto ainda menciona a falta de ação do partido diante do comportamento de Datena, que não se arrependeu publicamente da agressão a Marçal, sendo esta uma oportunidade perdida do PSDB de manter sua dignidade política. "Perder ou ganhar uma eleição é da democracia. O que importa é a afirmação de princípios", lembra o Estadão, reforçando que o partido poderia, ao menos, perder com dignidade.

    Uma eleição com derrota anunciada

    Com uma análise contundente, o editorial do Estadão conclui que o PSDB, ao optar por bancar Datena, se condena à irrelevância política e à desonra. O destino eleitoral do partido, no entanto, é uma questão de tempo, e o texto finaliza com um lamento pela decadência de uma legenda que já foi uma das mais respeitadas do Brasil.

    O editorial não só sepulta o PSDB, como também deixa claro que, mesmo que Datena conseguisse algum sucesso eleitoral, o partido já está morto em termos de representatividade ideológica e moral. "Será derrotado e em desonra", sentencia o jornal, selando o fim de uma era na política paulista e nacional.

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