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    Professor aponta "cavalo de pau" da Meta com fim da checagem de fatos e parceria com Trump

    Para Pablo Ortellado, o anúncio representa o desmonte de um sistema de autorregulação construído após o escândalo da Cambridge Analytica, em 2016

    Republicano está de volta às redes sociais (Foto: Reuters)
    Guilherme Levorato avatar
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    247 - A Meta, empresa controladora do Facebook e Instagram, anunciou nesta terça-feira (7) uma mudança radical em sua política de moderação de conteúdo. A decisão inclui o fim do programa de checagem de fatos por parceiros jornalísticos independentes, que será substituído por um sistema de “notas da comunidade”, semelhante ao adotado pelo X (antigo Twitter), de Elon Musk. Além disso, a companhia anunciou uma parceria estratégica com o novo governo Trump para combater regulamentações na Europa e práticas que considera censura na América Latina.

    A transformação foi descrita pelo professor Pablo Ortellado, da EACH-USP, como a maior mudança de política na história da Meta desde que a empresa se consolidou como gigante da comunicação digital. Em uma postagem no X, Ortellado destacou: "Zuckerberg anunciou um cavalo de pau, uma virada de 180 graus nas políticas da empresa".

    Fim da checagem de fatos e novas diretrizes - Conforme detalhado pelo Chefe de Assuntos Globais da Meta, Joel Kaplan, as parcerias com verificadores de fatos eram "bem-intencionadas no início", mas teriam se tornado alvo de críticas por supostos preconceitos políticos. Sob a nova diretriz, a moderação de conteúdo será menos rigorosa em temas sensíveis como gênero e imigração, e os algoritmos da plataforma voltarão a priorizar conteúdos políticos — revertendo anos de esforços para conter a polarização.

    A mudança inclui ainda a demissão de moderadores baseados na Califórnia, um estado de inclinação progressista, e a contratação de novos profissionais no Texas, conhecido por ser um reduto conservador, destacou Ortellado. Para Kaplan, as novas medidas são reflexo de uma “oportunidade real” criada pelo alinhamento com o governo Donald Trump. “Agora temos uma nova administração que é uma defensora da liberdade de expressão, e isso faz a diferença”, declarou ele em entrevista à Fox News.

    Parceria com Trump e reação global - O ponto mais polêmico do anúncio foi a parceria com a administração Trump. A Meta pretende apoiar esforços para reverter regulações europeias que, segundo a empresa, restringem a liberdade de expressão e prejudicam negócios americanos. Além disso, planeja atuar contra decisões judiciais na América Latina que considera exemplos de censura.

    Para Ortellado, o anúncio representa o desmonte de um sistema de autorregulação que a Meta levou anos para construir em resposta às críticas após o escândalo da Cambridge Analytica, em 2016. 

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