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      Câmaras de comércio da China repudiam tarifas dos EUA e denunciam violações à OMC

      Entidades chinesas criticam medidas unilaterais adotadas pelo governo do presidente Donald Trump e alertam para impactos na economia global

      Guerra comercial entre China e Estados Unidos (Foto: llustração Global Times)
      Redação Brasil 247 avatar
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      247 – Seis importantes câmaras de comércio da China divulgaram neste sábado (5) uma declaração conjunta em que expressam forte oposição às chamadas “tarifas recíprocas” impostas pelos Estados Unidos sobre produtos chineses. A reportagem é do jornal Global Times, que detalhou as reações das entidades representativas dos setores de alimentos, têxteis, eletrônicos, produtos farmacêuticos, minerais e bens de consumo.

      As organizações criticaram duramente a medida anunciada pelo governo do presidente Donald Trump no dia 2 de abril, classificando-a como uma violação clara das normas da Organização Mundial do Comércio (OMC) e um golpe contra o sistema multilateral de comércio. As câmaras alertaram que tais ações não apenas ferem os interesses legítimos da China, mas também prejudicam a estabilidade econômica global, os consumidores norte-americanos e a integridade das cadeias de suprimento internacionais.

      A China Chamber of Commerce for Import and Export of Textiles (CCCT) destacou que “essas ações violam as regras da OMC, prejudicam os direitos legítimos da China e causam danos ao sistema de comércio global”. A entidade pede que o governo dos EUA “ouça as vozes da indústria global e dos consumidores” e “abandone suas ações autodestrutivas e prejudiciais”.

      Na mesma linha, a China Chamber of Commerce of Foodstuffs, Native Produce & Animal By-Products (CFNA) afirmou que apoia “plenamente todas as contramedidas adotadas pelo governo chinês para defender os interesses nacionais e empresariais” e convocou o setor a “explorar mercados internos e internacionais com maior cooperação”.

      A China Chamber of Commerce for Import and Export of Light Industrial and Arts Crafts (CCCLA) relatou “forte insatisfação” por parte de suas empresas associadas – que incluem fabricantes de calçados, bolsas, móveis e brinquedos – e afirmou que os aumentos unilaterais de tarifas representam um “impacto negativo severo sobre a estabilidade da cadeia de suprimentos e o desenvolvimento econômico global”.

      Já a China Chamber of Commerce of Metals, Minerals & Chemicals Importers & Exporters (CCCMC) argumentou que as tarifas adicionais aumentam os custos de produção e importação para empresas americanas, intensificam a inflação nos Estados Unidos e elevam os riscos de recessão. “Guerras comerciais não têm vencedores”, advertiu a entidade, defendendo a necessidade de reforçar a cooperação multilateral e preservar a ordem comercial global.

      A China Chamber of Commerce for Import and Export of Medicines and Health Products (CIEMHP) alertou para os efeitos colaterais das tarifas sobre a indústria farmacêutica, alegando que a medida “perturba seriamente a operação de empresas globais de medicamentos, afetando pesquisa, produção e cadeias logísticas”.

      Por fim, a China Chamber of Commerce for Import and Export of Machinery and Electronic Products afirmou que o setor está confiante em sua capacidade de enfrentar pressões externas e ressaltou a importância de “diversificar mercados, ajustar estratégias de comércio exterior e buscar o desenvolvimento de alta qualidade”.

      A posição conjunta das câmaras demonstra uma postura coesa do setor empresarial chinês frente ao protecionismo norte-americano, em um contexto de crescente tensão entre as duas maiores economias do mundo. As entidades conclamam os Estados Unidos a abandonarem medidas unilaterais e buscarem soluções por meio do diálogo e da consulta mútua.

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