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    Alcolumbre e Hugo Motta avançam no controle do Senado e da Câmara antes mesmo das eleições

    Partidos já negociam cargos nas Mesas Diretoras e em comissões, enquanto disputa pela relatoria do Orçamento de 2025 gera impasse

    Hugo Motta (Foto: Mário Agra / Câmara)
    Guilherme Levorato avatar
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    247 - Com as eleições para a presidência da Câmara e do Senado se aproximando, os favoritos para assumir o comando das Casas, Davi Alcolumbre (União-AP) e Hugo Motta (Republicanos-PB), avançam em acordos para definição de cargos estratégicos. Segundo o jornal O Globo, as articulações envolvem promessas de posições nas Mesas Diretoras e em comissões.

    Na Câmara, Hugo Motta já indicou que o PL, partido de Jair Bolsonaro, deverá ocupar a primeira vice-presidência, com Altineu Côrtes (PL-RJ) como o nome mais cotado. O PT, em contrapartida, ficará com a primeira-secretaria, com a provável indicação de Carlos Veras (PT-PE). O PP e o União Brasil devem ocupar, respectivamente, a segunda-vice e a segunda-secretaria.

    Entretanto, o cenário está longe de ser pacífico. A relatoria da Lei Orçamentária Anual (LOA) de 2025 tornou-se motivo de disputa entre o União Brasil e o MDB. Apesar de o União Brasil ter vantagem numérica na Câmara, o MDB argumenta que entrou antes que o União Brasil na aliança pela eleição de Motta.

    No Senado, Davi Alcolumbre articula apoios com uma configuração que inclui Eduardo Gomes (PL-TO) como primeiro vice-presidente, Humberto Costa (PT-PE) na segunda-vice, e Daniela Ribeiro (PSD-PB) na primeira-secretaria. No entanto, a composição das comissões ainda gera divergências. O PL pressiona pela indicação de Marcos Rogério (RO) para a presidência da Comissão de Infraestrutura, enquanto a Comissão de Relações Exteriores (CRE), outra área de destaque, é reivindicada tanto pelo PT quanto por partidos de oposição.

    O papel das comissões e a disputa pela relatoria do Orçamento - As comissões são espaços cruciais para os partidos exercerem influência nas pautas legislativas e no controle de decisões estratégicas. A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), por exemplo, ficará sob o comando do senador Otto Alencar (PSD-BA), enquanto a Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) deve ser presidida por Renan Calheiros (MDB-AL), ambos aliados da base governista. 

    Já a relatoria da LOA, central para definir a alocação de recursos públicos, segue como principal foco de disputa. Embora a atribuição seja definida em rodízio — com a Câmara assumindo a relatoria em 2025 e o Senado ficando com a presidência da Comissão Mista de Orçamento (CMO) —, o debate sobre quem ficará à frente reforça a tensão entre União Brasil e MDB.

    Base e oposição: estratégias de sobrevivência política - A base governista garantiu maioria nos postos-chave das comissões, mas a oposição também se movimenta para assegurar protagonismo em áreas relevantes. O líder da oposição no Senado, Rogério Marinho (PL-RN), justificou o apoio a Alcolumbre como uma escolha estratégica para manter espaços importantes na Casa. "Nós entendemos que estrategicamente é importante, para que haja respeito à proporcionalidade e à ocupação das comissões permanentes, que vão nos permitir trabalhar pautas importantes". 

    As negociações demonstram que, enquanto os futuros presidentes das Casas ainda não assumiram seus postos oficialmente, os acordos já pavimentam os próximos dois anos do Congresso Nacional, com implicações diretas na aprovação de políticas e projetos do governo federal.

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