Evangélicos em São Paulo: mulheres negras são maioria entre os crentes
Em São Paulo, uma em cada quatro pessoas é evangélica
247 - As igrejas evangélicas de São Paulo apresentam um perfil claro e definidor: a maioria de seus fiéis são mulheres negras, pertencentes a famílias com renda de até três salários mínimos. Essa realidade foi revelada por uma pesquisa realizada pelo Datafolha entre os dias 24 e 28 de junho, que entrevistou 613 moradores da capital paulista, todos se identificando como parte do ramo cristão evangélico.
Com uma margem de erro de quatro pontos percentuais, o levantamento, desenvolvido em colaboração com especialistas como os antropólogos Juliano Spyer e Rodrigo Toniol, a socióloga Christina Vital e o cientista político Vinicius do Valle, traz à tona dados significativos sobre a demografia religiosa da cidade.
A pesquisa revela que 71% dos evangélicos frequentam pequenos templos, com capacidade para até 200 pessoas, predominantes nas periferias paulistanas. Em contraste, apenas 12% dos entrevistados costumam participar de cultos em megaigrejas, com capacidade para mais de 500 pessoas.
São Paulo, onde uma em cada quatro pessoas é evangélica, vê uma predominância feminina dentro desse grupo: 58% dos evangélicos são mulheres. Entre os evangélicos, 67% são negros, somando pardos e pretos, comparado aos 43,5% da média geral da população paulistana.
Quatro em cada dez entrevistados afirmaram que frequentam a igreja desde a infância, enquanto 55% indicaram que seus pais não tinham o hábito de ir à igreja quando eram crianças. A conversão na vida adulta é significativa: 46% dos evangélicos começaram a frequentar cultos após os 18 anos.
A pesquisa também mostra que a troca de religião, comum no passado, diminuiu, com 58% dos entrevistados afirmando nunca ter seguido outra religião. No entanto, a Igreja Católica ainda é a principal origem dos convertidos ao evangelismo, representando 38% dos novos fiéis, enquanto o restante se distribui entre religiões como umbanda, candomblé, espiritismo e budismo.
Dentro da diversidade evangélica, 43% dos fiéis pertencem a igrejas pentecostais, como a Assembleia de Deus, a Congregação Cristã do Brasil e a Deus é Amor. Neopentecostais, como Universal e Renascer, representam 22% dos fiéis, enquanto igrejas históricas, como batistas e presbiterianas, somam 10%. Há também um grupo de desigrejados, 5% dos entrevistados, que se identificam como evangélicos, mas não frequentam uma igreja específica.
A pesquisa destaca ainda o alto nível de engajamento dos fiéis: 54% participam de cultos mais de uma vez por semana, e 26% comparecem pelo menos uma vez semanalmente.
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